Quando a gente pensa em um tablet intermediário, a expectativa costuma ser modesta: navegar um pouco, ver vídeos, quem sabe trabalhar de leve. Mas o que acontece quando dois modelos da mesma linha — Galaxy Tab A9 e Galaxy Tab A9+ — propõem entregar a mesma proposta, só que com diferenças que vão muito além do tamanho da tela? A gente ficou surpreso quando percebeu que a escolha entre eles não é tão óbvia assim.
Ambos rodam Android 13, têm versões com até 8 GB de RAM e 128 GB de armazenamento interno, e são compatíveis com o Dolby Atmos, o que pode fazer parecer que a diferença está só no nome “plus”. Mas não. Quando você começa a explorar o que cada um faz com a sua tela, som, desempenho gráfico e até com a conectividade, o abismo aparece.
A gente testou os dois modelos em usos reais — streaming, redes sociais, chamadas, jogos — e agora vamos contar, em detalhes, o que muda e o que permanece. Porque sim, tem muita coisa em comum. Mas o que muda… muda bastante.
Tamanho de tela é só o começo da história
Olhar para os dois tablets desligados já revela o óbvio: o Galaxy Tab A9 tem uma tela de 8,7 polegadas, enquanto o A9+ parte para 11 polegadas. A diferença parece pequena no papel, mas no uso diário, ela muda tudo. A proporção da tela maior deixa vídeos mais confortáveis de assistir e até a navegação entre apps mais agradável.
Mas não é só isso. A resolução do A9 fica em 1340 x 800 pixels, enquanto o A9+ oferece 1920 x 1200. Isso significa que, no modelo maior, você enxerga mais detalhes, com menos pixelização e uma nitidez mais próxima de um notebook compacto. Para quem lê muito ou assiste a vídeos em alta definição, faz uma bela diferença.
Ambos usam painéis TFT LCD, que são bons sob luz ambiente, embora não cheguem a impressionar como um AMOLED faria. Mesmo assim, o A9+ leva vantagem porque consegue explorar melhor a resolução com o tamanho extra. Ah, e olha só: mesmo sendo maior, o A9+ é mais fino. Isso dá uma sensação mais “premium”, com pegada mais elegante.
Já sobre as cores, é um detalhe menor, mas que pode importar: o A9 só aparece em cinza. O A9+, por outro lado, tem também opção em prata. Mais escolha, mais estilo.
Processador: onde o A9+ realmente mostra a que veio
A diferença aqui é gritante. O A9 vem com MediaTek Helio G99, que é um chip decente para tarefas básicas. Funciona bem para navegar, ver vídeos, usar apps leves… mas só isso. Qualquer tentativa de rodar algo mais pesado já começa a engasgar.
Já o A9+ usa o Snapdragon 695, um chipset intermediário que costuma aparecer em smartphones bem mais caros. O desempenho gráfico é superior, a abertura de apps é mais rápida e o uso multitarefa é mais estável. Isso significa que, no A9+, dá pra editar fotos, usar apps mais pesados e até jogar com uma fluidez que o A9 simplesmente não entrega.
A gente testou jogos como Asphalt e aplicativos de edição de vídeo e imagem. No A9, a paciência precisou entrar em cena. No A9+, foi tudo mais suave. Para quem precisa de um tablet que aguente o tranco do dia inteiro, o A9+ mostra mais força e menos drama.
Mais bateria, mais tempo longe da tomada
Autonomia não é só uma questão de números, mas vamos começar por eles: o Galaxy Tab A9 tem 5100 mAh, e o A9+ salta para 7040 mAh. É muita diferença.
Na prática, isso se traduz em mais horas de vídeo, de navegação, de leitura e de chamadas sem você precisar correr atrás de uma tomada. O A9 até segura bem por algumas horas de uso moderado, mas o A9+ acompanha um dia mais intenso com muito mais folga.
Ambos contam com carregamento rápido de 15W, então o tempo para recuperar a bateria é praticamente o mesmo. Só que o A9+ vai te deixar esperando menos entre uma carga e outra.
Se você costuma usar o tablet no transporte, durante viagens ou para estudar fora de casa, essa diferença vira uma vantagem real.
Câmeras e som: pequenos detalhes que pesam mais do que parecem
Ok, tablet não é feito para tirar fotos. Mas… quem nunca precisou fazer uma videochamada ou escanear um documento?
Ambos têm câmera traseira de 8 MP, o que é padrão e suficiente para escanear folhas ou tirar uma foto ocasional. O problema aparece na câmera frontal: 2 MP no A9 contra 5 MP no A9+. A diferença parece pouca, mas muda bastante a qualidade da imagem nas videochamadas — a do A9 entrega uma imagem lavada, enquanto o A9+ oferece mais nitidez e cor.
O áudio também ganha uma camada extra no modelo Plus. O A9 vem com dois alto-falantes, o que já garante som estéreo. Mas o A9+ traz quatro alto-falantes, e isso muda completamente a sensação ao ver um filme ou jogar. O som é mais encorpado, mais distribuído, mais imersivo.
Ambos têm suporte ao Dolby Atmos, mas o A9+ consegue usar esse recurso de forma mais intensa por causa da configuração dos speakers. Se você usa o tablet como central de entretenimento, essa é uma vantagem difícil de ignorar.
Memória e armazenamento: sem diferenças aqui
Se a gente olhar para as opções de memória, o jogo empata. Os dois modelos têm versões com 4 GB ou 8 GB de RAM, além de armazenamento interno de 64 GB ou 128 GB. E sim, os dois também permitem expansão via cartão microSD de até 1 TB.
É uma configuração que atende bem para uso diário, inclusive com vários apps instalados e arquivos pesados como vídeos e PDFs. A diferença real está no que cada um consegue fazer com essa memória — e aí, como já vimos, o processador do A9+ ajuda bastante.
Mas, no papel, não tem vantagem de um sobre o outro aqui. Se armazenamento é sua principal preocupação, qualquer um dos dois serve.
Conectividade e sensores: sutilezas que podem pesar
A gente quase deixou passar batido, mas tem diferenças pequenas que valem mencionar. O Galaxy Tab A9 usa Bluetooth 5.3, uma versão mais recente e ligeiramente mais eficiente. O A9+ vem com Bluetooth 5.1, que ainda é muito bom, mas pode consumir um pouco mais de energia em conexões contínuas.
Agora, o grande trunfo do A9+ é a versão com suporte a 5G. Isso muda o jogo se você pretende usar chip de operadora e ter internet móvel de verdade no tablet. A navegação fica mais rápida, mais estável e mais próxima da experiência que você tem no celular.
Sobre sensores, ambos trazem acelerômetro, sensor de luz e geomagnético. Mas aí vem outra diferença: o A9 tem sensor de proximidade, enquanto o A9+ traz giroscópio e sensor Hall. Isso permite que o A9+ responda melhor ao movimento — importante para jogos ou apps que usam realidade aumentada.
São detalhes, mas que, somados, reforçam a sensação de que o A9+ entrega mais possibilidades.
Recursos extras que fazem diferença no dia a dia
Uma das funções mais práticas presentes nos dois tablets é o modo de tela dividida, que permite usar dois aplicativos ao mesmo tempo. A gente usou muito isso para assistir a uma aula enquanto anotava em outro app. Funciona bem nos dois, mas o espaço maior do A9+ deixa tudo mais confortável.
Outra função compartilhada é o Quick Share, que facilita a transferência de arquivos entre dispositivos Samsung. É como o AirDrop da Apple, e funciona muito bem.
Nenhum dos dois é compatível com S-Pen, o que pode decepcionar quem pensava em desenhar ou escrever à mão. E também não tem sensor de impressão digital, então o desbloqueio fica limitado ao PIN, padrão ou reconhecimento facial básico.
Mesmo assim, dentro do que se propõem, ambos entregam um sistema funcional, limpo e estável para tarefas cotidianas.
Qual dos dois vale mais a pena?
Essa pergunta martelou na nossa cabeça por dias. Porque sim, o Galaxy Tab A9 faz o básico com competência. É compacto, leve, portátil e entrega o essencial para quem não quer nada além disso.
Mas a verdade é que, depois de usar os dois lado a lado, ficou difícil voltar pro A9. O A9+ oferece mais tela, mais bateria, mais som, mais desempenho… mais tudo. E quando o preço entre eles não é tão distante, as vantagens começam a se empilhar rápido.
O que mais nos surpreendeu foi a diferença na fluidez. O Snapdragon 695 faz com que o A9+ pareça um aparelho de outra categoria. Mesmo em tarefas simples, ele responde com mais agilidade, sem travadas incômodas.
O áudio também deixou a gente mal-acostumado. Depois de ver uma série com os quatro alto-falantes do A9+, qualquer outro tablet soa abafado. E isso sem falar na tela maior e mais nítida, que transforma até navegação simples em algo mais agradável.
O A9 pode até continuar sendo uma opção viável para quem só quer o mínimo. Mas se a sua ideia é ter algo que aguente uns bons anos, que consiga lidar com vários tipos de uso e que ofereça uma experiência menos limitada, não tem muito como defender o A9. O A9+ entrega bem mais — e cobra pouco por isso.
A gente tentou ser imparcial, mas foi inevitável: o Galaxy Tab A9+ virou nosso tablet favorito da linha intermediária da Samsung.