Você já cansou de passar pano, aspirar os mesmos cantos e se enrolar com cabo de extensão? Porque a gente já. E quando testamos robôs aspiradores que prometem fazer tudo sozinhos, a expectativa lá no alto encontra a dura realidade de sensores que falham, mopas que não esfregam nada e potências que não tiram nem farelo. Mas aí entram três modelos que, de cara, prometem mudar esse cenário: o Xiaomi Robot Vacuum X10+, o Dreame L10 Ultra e o Roborock Q Revo.
A primeira coisa que salta aos olhos é que eles se parecem muito. Brancos, minimalistas, com base inteligente e sistema de esfregação úmida. Mas isso é só a casca. Por dentro, cada um aposta em um conjunto de soluções bem diferentes. E sim, a diferença entre eles pode significar menos manutenção, mais limpeza real ou até menos dor de cabeça com obstáculos no chão.
A ideia aqui não é repetir ficha técnica. A gente vai mostrar como esses robôs funcionam no uso diário, onde erram, onde acertam — e qual deles realmente vale o seu investimento.
Por fora parecidos, por dentro nem tanto: as bases que mudam tudo
De longe, os três parecem irmãos. Todos têm um visual clean, branco, com curvas suaves e aquela estética que combina com casa moderna. Mas basta prestar atenção na base de carregamento pra entender que as semelhanças acabam ali.
O Roborock Q Revo tem uma base que esvazia o pó e só. Nada de lavar as mopas, nada de repor água automaticamente. Ou seja, ele te poupa de tirar sujeira, mas ainda exige que você cuide da parte úmida da limpeza.
Já o Dreame L10 Ultra e o Xiaomi X10+ vão mais longe. As bases deles esvaziam o compartimento de pó, lavam as mopas, secam com ar quente e ainda abastecem o robô com água limpa. Isso muda completamente a relação com o aparelho. Dá pra passar dias — até semanas — sem tocar no robô.
A diferença é brutal no dia a dia. Se você quer automatização de verdade, com o mínimo de intervenção humana, só Dreame e Xiaomi entregam isso.
Potência: Roborock deixa os outros comendo poeira
A força de sucção é um dado técnico que pode parecer abstrato — até você ver um deles falhar em um tapete mais pesado ou não puxar areia direito da entrada. E nesse quesito, o Roborock Q Revo é o mais potente dos três, com 5.500 Pascais.
O Dreame L10 Ultra vem logo atrás com 5.300 Pa, que também é mais do que suficiente para lidar com sujeira pesada, fios de cabelo ou pelos de pet. Já o Xiaomi X10+ fica nos 4.000 Pa, e aí sim dá pra sentir a diferença quando o cenário exige mais força.
Em pisos lisos ou sujeira leve, todos dão conta. Mas se o seu piso é mais irregular, se tem criança derrubando comida ou pet espalhando ração, a potência extra do Roborock e do Dreame aparece.
Não é apenas número — é desempenho prático.
Mopas giratórias nos três, mas só dois se limpam sozinhos
Aqui temos um empate técnico na superfície, mas diferenças importantes no detalhe.
Os três robôs usam mopas giratórias duplas, o que simula o esfregar de uma mão humana. Isso já é um grande avanço em relação às mopas fixas, que só arrastam água. Com esse sistema, dá pra limpar respingos secos, marcas de sapato e até gordura leve da cozinha.
Mas só o Dreame L10 Ultra e o Xiaomi X10+ lavam e secam essas mopas automaticamente. O Roborock, não. Então, se você usar o Q Revo por alguns dias seguidos, vai acabar com mopas sujas esfregando o chão — o que é quase o contrário do que a gente quer.
Ter mopas giratórias é bom, mas mopas limpas o tempo todo é melhor ainda. E só dois oferecem isso.
Autonomia: Dreame é o mais resistente
Esse talvez seja o dado mais ignorado, mas que faz diferença. O Dreame L10 Ultra oferece até 210 minutos de limpeza com uma única carga. Isso é muito — tipo, três horas e meia direto, sem parar.
O Roborock Q Revo segura até 180 minutos, o que também é ótimo. O mais limitado nesse ponto é o Xiaomi X10+, com 120 minutos.
A gente sabe que os três voltam pra base, recarregam e continuam. Mas quanto mais bateria, menos interrupções, menos ciclos e mais eficiência. Quem tem uma casa maior vai perceber isso com facilidade.
Navegação e desvio de obstáculos: Dreame tropeça aqui
Todos usam navegação a laser. Isso garante mapeamento preciso, limpeza ordenada e criação de zonas personalizadas no app. Nada de andar aleatoriamente.
Mas tem um detalhe que pesa: apenas o Roborock Q Revo e o Xiaomi X10+ têm reconhecimento visual de obstáculos. Isso quer dizer que eles veem um brinquedo, um fio, um cocô de cachorro — e desviam.
O Dreame L10 Ultra, por incrível que pareça, não tem esse recurso. Ele confia apenas nos sensores infravermelhos e físicos. E isso, na prática, significa que ele pode empurrar tigelas de água, engasgar em brinquedos ou travar com meias esquecidas no caminho.
Se a sua casa é sempre arrumada, sem nada no chão, isso talvez não importe. Mas se você vive com criança, cachorro ou simplesmente não quer virar refém da organização antes de cada limpeza, essa falta pesa.
Aplicativo e controle por voz: todos estão bem servidos
Nesse ponto, não há como apontar um vencedor. Os três modelos têm apps completos, intuitivos e com funções parecidíssimas.
Dá pra criar mapas detalhados, definir cômodos, excluir áreas, mudar a potência por ambiente, programar horários e acompanhar tudo em tempo real.
Além disso, todos funcionam com Google Assistant, Alexa e Siri. E tanto o Roborock quanto o Dreame podem ser integrados ao Mi Home — o que facilita se você já usa produtos da Xiaomi.
Ou seja, em termos de controle e conectividade, ninguém decepciona.
Mapeamento interativo: controle absoluto em qualquer cômodo
Aqui também temos um empate técnico, mas importante de citar. Os três robôs conseguem mapear vários andares, dividir cômodos, permitir personalização completa da rotina de limpeza e seguir trajetos lógicos.
Isso faz diferença quando você quer limpar só a cozinha, ou pedir pra ele dar uma geral no corredor depois de um passeio com o cachorro.
A nova geração de robôs é esperta — e esses três são bons exemplos disso.
E no final, qual vale mais?
Essa é a pergunta que não quer calar. E a resposta, como sempre, depende do que você precisa.
Se você quer potência máxima, mapeamento inteligente com visão e um sistema sólido de limpeza, mas não se importa de lavar as mopas manualmente, o Roborock Q Revo é o mais equilibrado do trio. Ele tem a melhor força de sucção, ótima autonomia e sensores avançados. A única limitação real é a base — mas, honestamente, isso pode ser um compromisso aceitável pra muita gente.
Se você busca automação total, com o menor esforço humano possível, e não precisa do reconhecimento de objetos, o Dreame L10 Ultra é o que mais se aproxima de um robô “100% independente”. A base dele faz tudo — e a bateria dura muito. Só que a falta da visão pode ser um problema em casas menos organizadas.
Agora, se você quer uma solução completa com base inteligente, reconhecimento de obstáculos e mopas automáticas, mas pode conviver com menos potência e autonomia, então o Xiaomi X10+ é o mais equilibrado nesse recorte. Ele faz quase tudo que o Dreame faz, e ainda enxerga o que está no caminho. Só que exige mais recargas e talvez não tenha o mesmo vigor em sujeiras pesadas.
No fundo, nenhum é ruim. Mas só um acerta exatamente onde você precisa. E, pra descobrir isso, é só pensar: você quer lavar menos? Controlar mais? Esquecer que o robô existe? Ou só não quer mais empurrar aspirador com a mão?
A resposta tá aí.