A gente pode até falar de Bluetooth, app, conectividade… mas quem já olhou para um altifalante Marshall sabe que o encanto começa pelo visual. É aquela estética que parece saída direto de cima de um amplificador de guitarra dos anos 70 — e que continua insuperável. Agora, quando a conversa passa do estilo pra substância, as diferenças entre o Marshall Woburn III, o Stanmore III e o Acton III aparecem com mais força. Todos têm a vibe retrô e o pedigree da marca, mas cada um fala com um tipo diferente de ouvido. E de ambiente.
O Woburn III parece querer encher o quarteirão de som, enquanto o Acton III prefere sussurrar elegância em ambientes mais contidos. No meio, o Stanmore III tenta ser o equilíbrio perfeito entre potência e praticidade. Então, se você tá de olho num Marshall com cara de clássico e alma moderna, vale prestar atenção nos detalhes. Porque aqui, o tamanho importa. Mas não é tudo.
Estilo não falta — mas o tamanho muda tudo

Olhar pra qualquer um desses três modelos é quase um déjà vu. A construção é sempre a mesma mistura de nostalgia e solidez: couro sintético, malha têxtil, botões giratórios dourados e aquele logo que grita rock’n’roll. Não importa se é o menorzinho Acton III ou o monstro que é o Woburn III — todos têm presença.
Mas o espaço que eles ocupam muda bastante. O Acton III é o mais contido da turma, perfeito pra uma prateleira, canto da estante ou mesa de apoio. Fácil de mover de um cômodo pra outro, leve e discreto. Já o Stanmore III já pede um pouco mais de chão, com corpo mais robusto, mas ainda tranquilo de encaixar em ambientes médios. O Woburn III, por outro lado, chega com duas mãos na porta — grande, pesado e imponente. É pra deixar parado, em destaque, tipo peça central da sala.
E não é só aparência. O tamanho aqui reflete o que cada um é capaz de entregar em termos de som e estrutura. E essa diferença se sente no primeiro play.
O som cresce junto com o corpo — e muito
Os três modelos têm som estéreo, tecnologia de Dynamic Loudness que ajusta automaticamente as frequências conforme o volume, e uma assinatura sonora bem Marshall: graves quentes, médios vivos e aquele agudo que brilha sem ferir. Mas na hora de falar em potência, a escada é clara e começa pelo Acton III.
Ele conta com um woofer de 30W e dois tweeters de 15W, mais do que suficiente para quartos, cozinhas ou escritórios. O som é bem definido, preenche ambientes menores com facilidade, mas começa a mostrar limitação em volumes mais altos. Dá pra sentir que ele segura o punch pra não distorcer.
O Stanmore III dá o próximo passo com 50W só para o woofer e os mesmos 15W nos tweeters. É um salto perceptível — os graves ganham corpo, o volume sobe sem perder clareza, e o equilíbrio geral fica mais sólido. É o tipo de som que funciona muito bem em salas médias, varandas ou estúdios menores.
Agora, quando o Woburn III entra na conversa, é outro jogo. São 90W dedicados ao woofer, mais dois médios de 15W e dois tweeters também de 15W. Só isso já seria impressionante, mas tem mais: é o único com driver separado para médios, o que deixa as vozes mais nítidas, os instrumentos mais definidos e tudo com mais profundidade. E sim, a pressão sonora chega fácil aos 110 dB — enquanto o Stanmore vai até 97 dB e o Acton fica nos 95 dB.
Em volume, impacto e detalhe, o Woburn III brinca de som profissional. É um altifalante que transforma uma música em experiência. Não é só barulho — é textura, camadas, presença.
Conexões físicas: o Woburn leva vantagem de novo

Bluetooth 5.2 nos três modelos, com emparelhamento rápido, estável e suporte ao futuro Bluetooth LE Audio. Mas quando o assunto são entradas físicas, cada um revela suas intenções.
O Acton III fica no básico: uma única entrada de 3,5 mm. Serve bem pra ligar um telemóvel antigo, um portátil ou até um gira-discos com saída auxiliar — mas é isso. O Stanmore III acrescenta uma entrada RCA, o que abre o leque pra toca-discos analógicos, leitores de CD ou até mesas de mixagem simples. Já melhora bastante.
O Woburn III é o único com HDMI ARC, além das entradas de 3,5 mm e RCA. Isso transforma o aparelho numa verdadeira central de áudio. Dá pra ligar direto na TV e usar como soundbar com visual vintage e som muito mais encorpado. É uma conexão que muda o papel do dispositivo na sala — de caixa Bluetooth para sistema de som completo.
E vale dizer: nenhum dos três tem assistente de voz ou microfones embutidos. A proposta é outra — aqui, o foco é som puro, à moda antiga.
App discreto, mas útil
Pode parecer estranho misturar um altifalante com cara de anos 70 com app de smartphone, mas a Marshall Bluetooth App faz parte da experiência nos três modelos.
Com ela dá pra ajustar a equalização, trocar a entrada de áudio, atualizar o firmware e até salvar perfis de som personalizados. E aqui é importante: nos modelos mais potentes, como o Stanmore III e principalmente o Woburn III, esses ajustes fazem diferença real. Você sente o impacto ao mexer nos graves, puxar médios ou suavizar os agudos.
No Acton III, a personalização ainda ajuda — mas o alcance de resposta sonora é mais limitado. Ou seja, o app é útil em todos, mas se torna uma ferramenta poderosa no Woburn III.
Sustentabilidade com atitude
Não é só no som que a Marshall acertou. Toda a linha é construída com 70% de plástico reciclado, materiais veganos e sem uso de PVC. Um aceno ecológico bem-vindo num produto com cara tão nostálgica.
Mesmo o modelo menor, o Acton III, tem acabamento impecável. Botões com toque firme, estrutura sólida, peso bem distribuído. Nada parece frágil ou improvisado. São aparelhos feitos pra durar — e parecer bons mesmo depois de anos.
Escolher o certo depende do espaço

Tá, mas pra quem serve cada um?
O Acton III é o típico “grande pequeno”: pequeno no corpo, grande na personalidade. Ideal pra quem quer som de verdade sem ocupar espaço. Quartos, escritórios, cozinhas — ele se encaixa sem chamar atenção e ainda entrega qualidade surpreendente pro tamanho. Só não espere volume de festa ou graves profundos.
O Stanmore III é versatilidade pura. Equilibrado em tudo: som, tamanho, conectividade. É o tipo de altifalante que vai bem em quase qualquer ambiente. Serve pra quem quer mais impacto sem partir pro exagero. Sala de estar, estúdio pequeno, varanda… Ele aguenta o tranco.
O Woburn III… bom, ele não pede licença. Ele entra, domina e mostra a que veio. Salas grandes, lofts, ambientes com acústica desafiadora, estúdios caseiros — esse é o território dele. E com o HDMI ARC, ele vai além do Bluetooth: vira parte do seu sistema multimédia.
No fim das contas, quem manda no palco?
Se a gente fosse fazer um ranking baseado em volume, potência e alcance sonoro, o Woburn III venceria de lavada. Não tem comparação. É o modelo que entrega mais potência, mais detalhe, mais possibilidades. E com o HDMI ARC, ele também entrega mais funções.
O Stanmore III fica num meio-termo excelente — com som forte, design bonito, conectividade generosa e tamanho que não assusta. Dá conta de muitos usos e provavelmente vai agradar a maioria das pessoas que buscam som premium com estilo.
O Acton III é aquele compacto de respeito, perfeito pra quem tem menos espaço, menos necessidade de potência e mais foco na praticidade. E sim, mesmo sendo o menor da linha, ele ainda soa muito melhor do que a maioria dos altifalantes compactos por aí.
Mas se a pergunta for direta — qual modelo entrega o melhor som no estilo vintage? — a resposta vem fácil: o Marshall Woburn III. Não é só porque ele é o mais caro ou maior. É porque ele faz tudo que os outros fazem, só que melhor. Mais graves, mais definição, mais volume, mais possibilidades de conexão.
É o tipo de altifalante que parece pedir que você aumente o volume. E quando você obedece… ele não decepciona.



