Tem gente que só quer um som de fundo enquanto trabalha. Outros precisam de música o tempo todo, seja em trilha, treino ou churrasco. A escolha entre o JBL Go 4 e o JBL Flip 6 passa exatamente por esse ponto: que tipo de som você quer carregar com você? Não é só sobre volume. É sobre profundidade, presença e versatilidade.
Ambos os modelos vêm da mesma família, com o mesmo DNA de portabilidade, resistência e som confiável. Mas a proposta de cada um é tão diferente que chega a parecer que foram criados para públicos que nem se cruzam. O Go 4 é pequeno, leve, prático. O Flip 6 é encorpado, mais sério e mais musical. Cada um com seu charme — e com limitações bem claras.
Cabe no bolso ou preenche a sala?
A primeira coisa que você nota não é o som. É o tamanho. O JBL Go 4 pesa apenas 190 g e cabe literalmente no bolso. Você joga na bolsa, pendura na alça da mochila, esquece que está carregando. Em viagens, caminhadas ou mesmo na rotina da cidade, ele vira uma extensão natural do seu dia.
O Flip 6, por outro lado, é o tipo de coluna que já exige escolha. Não é pesada a ponto de incomodar, mas com 550 g e quase 18 cm de comprimento, você não vai esquecê-la na mochila. Ela pede presença. Você leva com a intenção de usá-la — e não apenas “se” surgir a oportunidade.
Portabilidade extrema versus presença física marcante. É aqui que começa a diferença entre escutar música e ouvir música.
Quando o som começa, o jogo vira
É só apertar o play para entender por que o Flip 6 custa mais. Com 30 W RMS divididos entre woofer, tweeter e radiadores passivos, ele entrega uma experiência de som tridimensional. Os graves são encorpados, os médios têm espaço para respirar, e os agudos cortam com nitidez. Você sente a música em camadas.
O Go 4 tem 4,2 W RMS e um único driver de 45 mm. E é admirável o que ele consegue com isso. O som é limpo, direto, e funciona muito bem em ambientes pequenos ou para ouvir algo enquanto trabalha. Mas quando o volume sobe, os limites aparecem rápido. O grave some, os agudos ficam mais agressivos, e o som “achata”.
Enquanto o Flip 6 consegue animar um piquenique, o Go 4 funciona melhor na mesa de cabeceira.
Sete horas ou doze?
A diferença de bateria segue o mesmo padrão. Com 850 mAh, o Go 4 entrega cerca de 7 horas de uso. Suficiente para um dia de trabalho ou uma trilha curta. Mas é o tipo de autonomia que exige planejamento se você for passar o dia fora.
O Flip 6 oferece 12 horas com sua bateria de 4.800 mAh. Isso significa que você pode ouvir música o dia inteiro sem se preocupar. E quando a bateria acaba, os dois carregam por USB-C — o que já virou padrão, felizmente.
Curiosamente, o Go 4 demora um pouco mais para carregar, mesmo com uma bateria menor. Uma daquelas contradições que só fazem sentido quando lembramos que ele foi feito para ser simples, não rápido.
Aguentam água, areia e bagunça
Se tem uma coisa que a JBL acerta em toda a linha, é a durabilidade. Tanto o Go 4 quanto o Flip 6 têm certificação IP67, ou seja: podem cair na água, pegar poeira, tomar chuva e continuar funcionando.
A construção também transmite segurança. O Flip 6 tem um ar mais resistente, mais “pronto pra batalha”, com laterais reforçadas e tecido trançado robusto. O Go 4, apesar do tamanho, passa aquela sensação de “pode jogar na mochila sem dó”.
É raro ver duas colunas tão diferentes que aguentam o mesmo tipo de abuso. Mas aqui, nenhuma das duas decepciona.
Conexões, emparelhamento e apps: cada um no seu padrão
O Flip 6 vem com Bluetooth 5.1 e suporte ao sistema PartyBoost da JBL. Isso significa que você pode conectá-lo com outras colunas compatíveis e tocar música em estéreo ou modo espelhado. O app da JBL também permite equalizar o som e receber atualizações — ainda que o aplicativo às vezes seja meio temperamental.
O Go 4 aposta na geração mais nova: Bluetooth 5.3 e suporte ao Auracast. Parece pequeno, mas essa diferença define uma limitação importante: PartyBoost e Auracast não conversam entre si. Ou seja, você não vai conseguir parear um Go 4 com um Flip 6.
Os dois funcionam com o app JBL Portable, e o Go 4 até surpreende ao oferecer equalizador gráfico, algo impensável para colunas desse tamanho até pouco tempo. Isso dá um grau de controle inesperado — embora, claro, as limitações físicas do driver continuem ali.
Escuta casual ou ambiente cheio?
Na prática, o Go 4 brilha em situações onde o som precisa ser discreto, pessoal, não invasivo. É perfeito para ambientes pequenos, momentos de escuta individual ou mesmo para acompanhar vídeos no celular. A clareza em volumes médios é excelente, e o som nunca distorce, mesmo no máximo.
O Flip 6 é outro bicho. Ele preenche a sala. Preenche o quintal. Preenche o parque. É o tipo de coluna que muda a vibe do ambiente. E o mais impressionante: faz isso sem distorcer, sem esmagar frequências e com um equilíbrio que poucos rivais conseguem.
Ou seja: se você quer um som que se impõe, o Flip 6 entrega. Se você quer algo mais tímido, quase invisível, o Go 4 vai ser seu melhor amigo.
O Go 4 pensa no planeta
Um detalhe curioso, mas que merece destaque: o JBL Go 4 usa plásticos reciclados e embalagens mais sustentáveis. Não muda a experiência de som, mas muda a forma como você se sente comprando o produto. É um pequeno gesto em um mercado que ainda está acordando para a sustentabilidade.
O Flip 6 ainda não entrou nesse movimento — ao menos não com a mesma intensidade.
Dá para usar em casa?
Nem o Go 4 nem o Flip 6 substituem uma boa barra de som, claro. Mas se a ideia é ter algo rápido, prático e sem fios para melhorar o som da TV ou do computador, o Flip 6 até que cumpre bem esse papel em ambientes menores.
O Go 4, nesse contexto, funciona mais como um quebra-galho. Dá conta de um podcast, de um vídeo no YouTube, mas falta impacto para filmes ou músicas com instrumentação mais complexa.
Conclusão: o Flip 6 domina, mas o Go 4 sabe onde pisa
Não tem como fugir: o JBL Flip 6 entrega um som superior, com mais presença, mais equilíbrio e mais potência. Ele é versátil, confiável e pronto para qualquer situação. Se você busca uma coluna que preencha espaços, anime encontros e não fique para trás quando o volume sobe, essa é a escolha óbvia.
Mas o Go 4 não tenta competir no mesmo terreno. Ele sabe que seu trunfo é outro: portabilidade absurda, simplicidade, leveza. E dentro desse universo, ele impressiona. Cabe em qualquer canto, funciona bem em quase tudo e ainda traz o bônus de ser mais ecológico.
É como comparar uma barraca de camping com uma mochila. Os dois servem pra quem está na estrada — mas cada um com um papel claro.
Se o seu som vai com você para todo lado, mas sem fazer barulho… vai de Go 4.
Se o som precisa aparecer, preencher, vibrar… o Flip 6 é quem você procura.