Não é de hoje que a gente quer som bom, portátil e resistente num único pacote — e 2025 parece ter finalmente acertado o ponto entre praticidade e qualidade sonora. Se você está atrás de uma caixa compacta, mas que não compromete o som, a briga entre o JBL Flip 7 e o Sony ULT Field 1 vai te fazer pensar duas vezes antes de escolher só pela marca.
Ambos prometem aguentar chuva, poeira, quedas e ainda encher um ambiente com música. Mas cada um faz isso à sua maneira — um mais barulhento, o outro mais refinado. E, como a gente bem sabe, no mundo do áudio, o detalhe muda tudo. Vamos destrinchar o que esses dois modelos realmente entregam.
Design e portabilidade: personalidade vs sobriedade
A diferença no visual é a primeira coisa que salta. O Flip 7 continua com aquele corpo cilíndrico que já virou clássico da JBL, com tecido reforçado em toda a volta e acabamento emborrachado nas pontas. É uma estética divertida, cheia de cores disponíveis, fácil de carregar na mochila ou no porta-copos.
Dessa vez, a JBL colocou uma alça com encaixe rápido que facilita ainda mais levar a caixa pra onde quiser. Quem já tentou pendurar uma caixa sem suporte sabe como isso faz falta.
Do outro lado, o Sony ULT Field 1 traz um visual mais sóbrio, com linhas retas, corpo mais “quadrado” e acabamento fosco que não acumula marcas. Ele parece menos chamativo, mas passa uma sensação de “pronto pra tudo” — quase como se fosse uma versão blindada da categoria. As alças integradas nas laterais ajudam a transportar, e a construção transmite confiança desde o primeiro toque.
Resistência: um passo à frente da Sony
Ambos prometem resistência total à água e poeira — o Flip 7 com IP67, o Field 1 com IP68. A diferença parece pequena, mas no papel a Sony oferece um pouco mais de proteção, inclusive contra imersão mais profunda e partículas finas.
Além disso, o ULT Field 1 tem resistência a quedas de até um metro sobre concreto. Isso faz diferença no uso real, especialmente em atividades ao ar livre. Pode deixar cair na calçada ou no chão do acampamento sem surtar.
O Flip 7 é resistente, mas mais na linha “praia, piscina, trilha leve”. A Sony, por outro lado, parece pronta pra tudo, até pra sobreviver a uma rave na lama.
Som: impacto ou equilíbrio?
Aqui o jogo começa a mudar. O Flip 7 é a definição de som animado: graves reforçados, agudos saltando, aquela assinatura sonora que a JBL repete há anos. Em ambientes abertos, ele impressiona com o volume e o “punch”. Se você quer botar um pagodão no churrasco, ele cumpre a missão.
O Sony ULT Field 1 vai numa linha diferente. Ele tem mais foco no equilíbrio das frequências, com vocais claros, médios bem definidos e graves mais contidos, mas ainda presentes. É o tipo de som que você sente mais natural, mais limpo — e que cansa menos o ouvido depois de horas ouvindo.
A Sony ainda inclui um botão de reforço de graves (ULT), que dá aquela turbinada sem distorcer tudo. E isso importa, porque você escolhe quando quer mais impacto. O Flip 7 é intenso o tempo todo.
Volume e distorção: cada um com seu limite
O Flip 7 é mais alto — ponto. Se a ideia é fazer barulho e encher um espaço aberto, ele dá conta com facilidade. Mas quando o volume chega no máximo, ele começa a mostrar sinais de cansaço. Graves estouram, médios se perdem e a definição sofre.
O Field 1 não bate o mesmo volume bruto, mas é muito mais estável. Mesmo no volume alto, ele mantém clareza, equilíbrio e separação entre os instrumentos. Isso o torna melhor para ambientes menores, onde você quer ouvir a música de verdade — e não só o “bum-bum”.
Quem gosta de jazz, MPB, lo-fi ou música acústica tende a preferir o Sony. Já quem quer pancadão, funk, eletrônico ou rock no último volume pode curtir mais a entrega da JBL.
Conectividade: empate técnico, com abordagens diferentes
Ambos usam Bluetooth 5.3, com conexão rápida, estável e sem delay perceptível. Mas o modo festa funciona de forma diferente em cada um.
O Flip 7 é compatível com o JBL PartyBoost, que permite emparelhar várias caixas JBL compatíveis — ideal pra montar uma parede de som improvisada. É plug and play: ligou, conectou, tá tocando.
O Sony ULT Field 1 só permite emparelhamento estéreo com outra unidade igual. Ou seja, nada de festa com múltiplas caixinhas. A Sony até tem o Party Connect em outros modelos, mas o Field 1 ficou de fora.
Nenhum dos dois suporta conexão multiponto, ou seja, não dá pra parear com dois dispositivos ao mesmo tempo.
Aplicativos e ajustes sonoros: JBL surpreende
A JBL sempre teve apps simples, mas dessa vez foi além. O Flip 7 traz um equalizador de sete bandas, algo que normalmente só se vê em caixas maiores. É surpreendente ter esse nível de personalização num modelo portátil. Claro, os ajustes têm limites físicos — mas pra quem gosta de mexer no som, é um diferencial.
A Sony mantém um app funcional e limpo, com equalização em três bandas e controles diretos. Não tem tanta liberdade, mas os ajustes fazem efeito real. E, honestamente, pra maioria dos usuários isso já basta.
Ambos os apps também trazem monitoramento de bateria, controle de firmware e atualização de recursos.
Bateria: JBL dura mais, mas com truque
A JBL promete até 14 horas com uso normal — e até 16 horas com o modo Playtime Boost ativado. Mas esse “modo boost” sacrifica parte da qualidade sonora, puxando mais para os agudos e suavizando os graves.
A Sony oferece até 12 horas — não é pouco, mas perde nesse comparativo direto. A vantagem da Sony está mais na consistência: a autonomia não muda tanto com o estilo musical ou volume.
Nos dois casos, o carregamento é por USB-C e dura em torno de 2 horas. Nenhum deles carrega outros dispositivos, então nada de usar como power bank.
Extras que podem fazer diferença
O Flip 7 traz uma nova alça removível com encaixe rápido, que parece boba, mas ajuda muito na hora de pendurar ou prender a caixa. É um detalhe de usabilidade que mostra que a JBL pensou no usuário em movimento.
O Field 1 tem um truque escondido: sistema de ejeção de água depois de uso em ambientes úmidos. Pode parecer exagero, mas prolonga a vida útil — especialmente se você leva a caixa pra piscina ou praia com frequência.
Além disso, o Field 1 funciona bem em qualquer orientação: deitado, em pé, inclinado. O som não se perde porque o posicionamento dos drivers foi pensado pra isso. O Flip 7 também pode ser usado em pé ou deitado, mas o som muda levemente dependendo da posição.
E qual é a melhor escolha, afinal?
O JBL Flip 7 é pra quem quer festa, impacto, volume alto e estilo marcante. É o alto-falante que você leva pro churrasco, pro camping ou pro rolê com os amigos — e sabe que ele vai segurar a onda com energia.
O Sony ULT Field 1 é pra quem quer ouvir música com atenção, com clareza, com mais equilíbrio. É a caixa que você usa em casa, no escritório, ou até ao ar livre — mas pensando na qualidade do som, e não só no barulho.
Se seu foco é potência, vibe energética e presença sonora, o Flip 7 vai te agradar. Mas se você quer definição, controle, resistência superior e uma entrega sonora mais refinada, o Field 1 vai te surpreender.
No fim, não é sobre qual é melhor em números — e sim sobre o que você espera da sua música. E, nesse cenário, o Sony ULT Field 1 entrega mais consistência, mais clareza e mais maturidade sonora. Ele não grita pra chamar atenção — ele simplesmente toca melhor.