A gente já viu isso antes: marca lança novo modelo, muda uma coisinha aqui, outra ali, e quando a gente vai ver… tudo igual. Só que com a JBL Charge 6, a história é um pouco diferente. Quem já teve um Charge 5 sabe o quanto ele é competente: som alto, bateria generosa e uma construção que aguenta tranco. Mas quando colocamos os dois lado a lado — literalmente — fica mais claro o quanto o Charge 6 traz de novo.
Não é uma revolução, mas é mais que uma pintura nova. As mudanças acontecem onde mais fazem sentido: estabilidade, conectividade, autonomia, personalização sonora e até proteção contra água e quedas. E sim, até o botão que parecia inútil agora tem um papel importante.
Vamos direto aos pontos que diferenciam os dois — com foco no que realmente muda no uso do dia a dia.
Mais estável, mais seguro e com uma pegada mais prática
Visualmente, continua tudo muito JBL: formato cilíndrico, tecido reforçado, radiadores passivos nas laterais. Mas o Charge 6 não é só mais do mesmo. A principal mudança aqui é sutil, mas funcional.
A base foi repensada: agora é mais larga e plana, o que evita aquele problema clássico do Charge 5 — o falecido rolar pela mesa. Se você já colocou o antigo numa superfície lisa e viu ele escorregando, sabe do que estamos falando.
Outra novidade é a alça removível, que pode ser usada como pega tradicional ou laço para pendurar. Pode parecer detalhe, mas na prática é útil em acampamento, trilha ou mesmo pra pendurar na mochila.
E o reforço nos bumpers? Agora são quatro pontos de proteção mais largos nos radiadores, que absorvem impacto e aumentam a resistência a quedas. E com isso, vem também a nova certificação IP68 — submersível e à prova de poeira. O Charge 5 já era IP67, o que era bom. Agora ficou ainda mais confiável pra qualquer ambiente.
Controlo mais inteligente — e um novo ecossistema pela frente
Os botões continuam em cima, fáceis de usar, táteis. Mas agora, tem luz de fundo. Botões retroiluminados, especialmente os de energia, Bluetooth e o novo Auracast, ajudam muito em ambientes escuros. Parece pouco, mas é aquele detalhe que mostra cuidado.
E aqui está um divisor de águas: o Charge 6 troca o PartyBoost por Auracast. E isso muda tudo. Não dá mais pra emparelhar com modelos mais antigos que usam PartyBoost, como o próprio Charge 5. Isso pode frustrar quem queria usar os dois juntos, mas também significa uma base nova, mais moderna, que a JBL já está adotando em todos os modelos novos — como o Xtreme 4 e Clip 5.
O novo sistema promete melhor sincronização entre caixas, latência menor e mais estabilidade. Então sim, é um corte difícil, mas necessário.
App JBL Portable: quem gosta de ajustar o som vai curtir
Ambos usam o mesmo app, mas o que cada um desbloqueia é diferente. No Charge 6, você tem acesso a um equalizador de 7 bandas, contra 3 bandas no Charge 5. Isso significa ajustes muito mais precisos, especialmente em estilos que exigem equilíbrio fino, como jazz ou música eletrônica.
E tem mais: quatro presets de equalização prontos, que facilitam a vida de quem não quer mexer demais mas busca um perfil diferente de som. Além disso, só no Charge 6 existe o “Playtime Boost”, um modo que estende a bateria ao reduzir os graves e focar nos médios e agudos. Ótimo pra podcasts, reuniões, ou qualquer conteúdo mais falado.
O Charge 5 fica limitado a ajustes simples, o que é suficiente pra muita gente — mas limitado pra quem quer explorar o máximo do som.
Bluetooth, áudio por USB e aquela versatilidade moderna
Conectar o Charge 6 a mais de um dispositivo ao mesmo tempo? Tranquilo. Igual ao Charge 5. Mas a versão do Bluetooth muda tudo.
O Charge 6 traz Bluetooth 5.4 — enquanto o 5 roda com a versão 5.1. Isso garante conexões mais estáveis, alcance maior e menor consumo energético. E no uso diário, isso significa menos falhas na conexão, menos quedas e mais fluidez.
Mas o grande trunfo é a possibilidade de tocar música diretamente pela entrada USB-C, com áudio sem compressão. Você conecta o celular, notebook ou outro aparelho compatível e o som sai limpo, sem delay, sem Bluetooth no meio. É como um cabo auxiliar disfarçado.
O Charge 5 não tem isso. E embora muita gente use só via Bluetooth, essa nova função traz uma camada a mais de flexibilidade.
Ah, e falando em USB: no Charge 6, a mesma porta serve pra tudo — carregar e ser carregado. No Charge 5, ainda eram duas portas separadas (USB-C pra entrada e USB-A pra saída). Agora ficou mais simples e mais moderno.
Mais bateria, mais tempo longe da tomada
Esse é um ponto onde a evolução é clara: o Charge 5 oferece até 20 horas de música. O Charge 6 entrega até 28 horas no modo econômico, e 24 horas no uso normal. Isso é um ganho real — especialmente pra quem leva a caixa pra eventos longos ou passa dias sem uma tomada por perto.
E tem o carregamento rápido: 10 minutos de carga no Charge 6 rendem 2h30 de música. No Charge 5, nada disso. Se a bateria acabasse, era esperar.
No uso real, isso se traduz em menos preocupação. Você esquece de carregar, pluga rapidinho enquanto toma banho, e pronto: já tem horas de música garantida.
E o som? Grave mais forte ou fidelidade maior?
Essa talvez seja a parte mais delicada da comparação. O Charge 6 chega com mais corpo nos graves, mais “presença” desde o início. Você sente o punch, o peso, principalmente em músicas com batida marcante. E com o equalizador de 7 bandas, dá pra ajustar tudo ao seu gosto.
Mas tecnicamente, o Charge 5 ainda tem leve vantagem em fidelidade geral. Em testes com medição MDAQS, ele apresentou melhor timbre e imersão, mesmo sendo mono — o que é uma limitação dos dois, vale lembrar.
Ou seja: se você procura um som mais limpo, natural e “sem exageros”, o Charge 5 pode agradar mais. Agora, se o que você quer é potência, graves presentes e mais personalização, o Charge 6 te dá mais liberdade.
E sim, os dois permitem emparelhar duas unidades idênticas via app pra criar um som estéreo. Mas lembra: o Charge 6 só se conecta com outros que também usem Auracast.
Robustez, experiência e detalhes que fazem diferença
Nenhum dos dois tem entrada auxiliar, e ambos funcionam enquanto estão carregando — o que é ótimo.
Mas no uso diário, o Charge 6 é mais versátil. A nova base é mais firme, os bumpers aumentam a proteção contra impactos, a resistência IP68 te dá mais confiança em areia, poeira e água. É um produto que parece mais pronto pra vida real, não só pro catálogo.
Tudo nele parece mais pensado: o botão com luz, a interface no app, o som que você pode afinar, a possibilidade de tocar por USB.
Conclusão: o Charge 6 traz tudo o que o Charge 5 já fazia — e faz melhor
Não tem como negar: o Charge 6 é o sucessor certo. Ele respeita a base que o Charge 5 criou, mas traz um pacote mais redondo, mais moderno, mais prático.
Mais bateria, melhor conexão, mais proteção, som mais personalizável, recarga rápida, áudio por USB. Isso não é pouca coisa.
O Charge 5 ainda entrega qualidade, confiabilidade e um som excelente. Mas a ausência de recursos atuais como o Auracast, o carregamento rápido ou a reprodução por USB colocam ele num lugar um pouco mais datado.
Se a sua dúvida era entre manter o velho confiável ou apostar na nova geração, agora dá pra dizer com certeza: o Charge 6 não é só uma atualização estética. Ele é o novo padrão da linha — e o melhor Charge que a JBL já fez até agora.