Se você já ficou encarando um relógio da linha Fenix em uma vitrine (ou em 10 abas abertas no navegador), sabe o dilema: eles parecem idênticos, mas o preço nem sempre acompanha essa semelhança visual. É o caso do Garmin Fenix 7 Solar e do Fenix 7 Pro Solar. Os dois têm o mesmo tamanho, mesmo tipo de tela, mesmo visual parrudo. Mas será que o “Pro” justifica a diferença?
A gente testou, comparou, colocou no pulso, suou com os dois — e, olha, a diferença entre eles está em pequenos recursos que só aparecem quando você vai fundo. E é aí que começa a fazer sentido. Especialmente se você usa o relógio como uma ferramenta técnica e não só como um acessório bonito com GPS.
Por fora, gêmeos idênticos
Se a comparação ficasse só no visual, dava empate na hora. Mesma caixa de 47 mm, mesma espessura de 14,5 mm, 79 gramas no braço. Não muda nada. Inclusive, o material é igual nos dois: aço inoxidável no bisel, corpo de polímero reforçado com fibra e a mesma lente Power Glass com recarga solar.
A tela também é idêntica: 1,3 polegada, tipo MIP transflectiva, com resolução de 260 x 260 pixels. Nada de AMOLED aqui — mas a vantagem é que ela continua legível até sob sol direto, o que ainda faz sentido pra quem corre, escala ou pedala ao ar livre.
As pulseiras são compatíveis entre si e usam o mesmo sistema QuickFit. Trocou em segundos, sem frescura.
A bateria permanece entre as melhores
Não teve evolução aqui, e honestamente? Nem precisava. Os dois entregam até 22 dias de uso como smartwatch com ajuda do sol, ou 18 dias sem. E no modo GPS contínuo, aguente até 57 horas com recarga solar, o que é mais do que o suficiente pra qualquer ultramaratona ou expedição remota.
O que chama atenção é que o modelo Pro manteve exatamente essa autonomia mesmo com novos sensores e recursos, o que mostra que a Garmin fez um bom trabalho de otimização.
Onde começa a diferença: os recursos “invisíveis”
É só quando você mergulha nos menus que a diferença entre os dois começa a aparecer de verdade. E não é firula, não. São funções que podem mudar como você interpreta seus treinos e sua recuperação.
O Fenix 7 Pro Solar traz métricas nativas de potência na corrida, algo que antes exigia sensores externos ou apps de terceiros. Você começa a ver dados de esforço em tempo real, ajustados por inclinação, terreno e cadência. Isso muda tudo em provas com altimetria acentuada.
Além disso, o modelo Pro adiciona perfis específicos para atividades como motocross, overlanding e rafting, que simplesmente não existem no modelo comum.
Ah, e tem o tal Jet Lag Advisor, que sugere horários ideais de luz, sono e alimentação quando você viaja por fusos diferentes. Pode parecer besteira, mas faz uma baita diferença quando você cruza o oceano pra correr ou escalar.
Sensor cardíaco Elevate V5: menos oscilação, mais confiança
Esse é um dos pontos mais concretos de diferença. O Fenix 7 Pro Solar vem com o novo sensor Elevate V5, que melhora bastante a leitura da frequência cardíaca — principalmente em treinos intensos ou com muito movimento.
Ele usa mais LEDs, em diferentes cores e ângulos, e tem uma área de contato maior com a pele, o que reduz aquelas oscilações chatas que aconteciam com o V4, usado no Fenix 7 Solar.
Além da FC, o V5 melhora as leituras de HRV, estresse e recuperação. Os dados ficam mais estáveis, o que é crucial pra quem usa essas métricas pra ajustar o volume de treino.
A lanterna embutida virou um diferencial real
Se tem um recurso que a gente achava que não faria diferença — e fez — foi a lanterna. O Fenix 7 Pro Solar tem uma luz LED embutida na parte frontal da caixa, exatamente como o modelo 7X, mas agora na versão de 47 mm.
E não é só uma luz qualquer. Tem intensidade ajustável, modo de alerta com luz vermelha, e até modo estroboscópico que pisca no ritmo da sua corrida. Parece bobo até você precisar atravessar uma trilha escura, acampar ou trocar um pneu à noite.
No Fenix 7 Solar? Nada disso. Nem sinal de lanterna.
Um novo sensor a bordo: luz ambiente
Outro item que vem discretamente no Pro: sensor de luz ambiente. Ele serve pra duas coisas: ajustar o brilho da tela automaticamente e colaborar com o Jet Lag Advisor, que monitora sua exposição à luz natural.
É um detalhe, mas faz o relógio se adaptar melhor a diferentes condições de luz, sem você precisar ficar mexendo nos menus.
Conectividade, mapas e navegação: tudo igual
Se o que te interessa é navegação, trilha e mapas — pode respirar tranquilo. Os dois modelos têm GPS multibanda com suporte a GLONASS e Galileo, mapas topográficos globais e navegação curva a curva com Wi-Fi pra baixar mapas direto do relógio.
A navegação é precisa, fluida e confiável nos dois. Nenhuma vantagem pro lado do Pro aqui.
O mesmo vale pros sensores internos: altímetro barométrico, bússola, giroscópio, acelerômetro, SpO2, termômetro… tudo igual nos dois modelos.
Interface e fluidez continuam excelentes
A interface não mudou praticamente nada. A navegação híbrida com touchscreen e botões físicos é exatamente a mesma, e isso é ótimo. Porque mesmo em clima extremo, com suor ou luva, você consegue controlar tudo.
A organização dos menus é intuitiva, os widgets são personalizáveis, os atalhos funcionam — é um sistema maduro, que não precisa mais provar nada.
Conclusão: o Fenix 7 Pro Solar entrega mais — e isso importa
Se você olhar só pro lado de fora, o Fenix 7 Solar e o Fenix 7 Pro Solar parecem dois irmãos gêmeos. Mas a verdade é que o Pro traz melhorias que importam de verdade pra quem treina com seriedade ou vive na montanha.
O novo sensor cardíaco é mais confiável, a lanterna embutida é útil de verdade, as métricas de potência são uma adição técnica real, e o suporte a mais atividades é um bônus pra quem varia no esporte.
Agora… se você é do tipo que usa o relógio mais como um companheiro casual — pra correr no parque, medir passos e ver notificações —, o Fenix 7 Solar já dá conta do recado com sobra. Mas se a ideia é usar o máximo que a Garmin tem a oferecer sem ir direto pro 7X, o Pro é o passo certo.
No fim, não é sobre ter “mais recursos”. É sobre ter os recursos certos pra quando você realmente precisa. E nisso, o Fenix 7 Pro Solar leva vantagem.