Tem coisa que muda o dia, e café bom é uma delas. Sabe aquela manhã em que tudo parece meio lento, meio fora do eixo? Um espresso no ponto tem o poder de virar o jogo. Mas vamos falar sério: quem tem tempo (e paciência) pra moer grão, controlar temperatura e espumar leite todo santo dia? É por isso que as cafeteiras superautomáticas viraram objeto de desejo.
E quando o assunto é superautomática, a De’Longhi aparece logo entre as primeiras da fila. Ela tem tradição, sim, mas o que faz a diferença mesmo é a consistência dos modelos — e é justamente por isso que vale comparar duas das mais faladas: a Magnifica S ECAM11.112.B e a Magnifica EVO ECAM292.33.SB. À primeira vista, parece até que estamos olhando para versões diferentes do mesmo produto. Só que, como a gente bem sabe, o detalhe esconde tudo o que importa.
Então segura aí: a gente testou, analisou e comparou essas duas para entender qual delas merece um espaço na sua cozinha.
Estilo clássico ou cara de futuro?
Quando colocamos as duas lado a lado, o contraste visual salta logo. A Magnifica S mantém um ar mais tradicional, com botões físicos e acabamento preto fosco, enquanto a EVO aposta em um estilo moderno, prateado, com interface touch posicionada no topo da máquina.
É engraçado como esse detalhe da interface muda a vibe inteira. A EVO parece um gadget moderno, quase uma extensão do seu celular ou tablet. Já a Magnifica S tem aquele jeitão de equipamento de cafeteria, mais funcional, direto ao ponto.
O tamanho? Quase idêntico. Ambas são grandes e pesadas, com cerca de 9 kg e dimensões que exigem espaço fixo na bancada. Isso não é o tipo de aparelho pra ficar guardando e tirando do armário. E nem deve, né? É coisa pra uso diário.
No fim, a escolha visual vai mesmo do seu estilo. Prefere botão giratório com clique mecânico? Vai na S. Gosta da ideia de deslizar o dedo e ver ícones piscando? A EVO é sua cara.
Potência, pressão e moagem: empate digno de replay
Agora vamos ao que realmente importa: o café que sai ali. E, nesse ponto, a disputa fica bem técnica. Tanto a Magnifica S quanto a EVO têm 1450W de potência e uma bomba de pressão de 15 bars. Isso já é o suficiente pra garantir extração com crema espessa e aquele sabor encorpado que a gente espera de um bom espresso.
As duas usam moedor cônico de aço inoxidável com 13 níveis de ajuste. Essa combinação entrega precisão na moagem e mais controle sobre o resultado final. Se você é do tipo que gosta de brincar com intensidade, dá pra fazer isso no detalhe: grão mais fino pra um café mais forte, mais grosso pra um resultado mais leve.
As duas contam também com saída dupla, o que facilita muito na rotina — especialmente quando tem visita ou quando o casal acorda junto e precisa da dose ao mesmo tempo.
Nesse quesito, não tem como fugir: é empate mesmo. Tanto em especificações quanto em desempenho prático, elas entregam o que prometem.
Capacidade que aguenta o tranco
Aqui a história também é bem parecida. Os reservatórios de água têm capacidade de 1,8 litro — mais que suficiente pra vários cafés sem precisar ficar enchendo o tempo todo. E isso faz diferença, viu? Nada mais chato que estar no meio de uma rotina e ter que parar tudo pra reabastecer água.
O depósito de grãos comporta 250g — o que permite usar um pacote padrão de café inteiro sem precisar fracionar. E, claro, os resíduos dos cafés usados também têm onde ficar: dá pra preparar até 14 xícaras antes de esvaziar o compartimento.
Ah, e se um dia você quiser usar café moído (sim, já aconteceu com a gente quando o grão acabou e só tinha pó em casa), não tem problema: ambas permitem o uso de pó ao invés do grão. Isso não só salva emergências, como também abre espaço pra experimentar cafés especiais já moídos.
Nada de diferenças gritantes aqui. É tudo muito equivalente em rendimento e praticidade.
O ponto de virada: bebidas automáticas vs. manualidades
Se até agora tava tudo equilibrado, é aqui que o jogo começa a pender pra um lado.
A Magnifica S vem com o sistema Cappuccino, que permite espumar o leite automaticamente ao toque de um botão. Com isso, dá pra fazer espresso, lungo, infusão e cappuccino com total facilidade — sem precisar se meter com jarra de leite nem posicionamento milimétrico da válvula.
A EVO, por outro lado, oferece mais opções prontas no painel: espresso, cortado, lungo, americano e infusão. Porém, ela não tem o sistema automático de leite. Se você quiser um cappuccino, vai ter que espumar manualmente — com o vaporizador e um pouco de prática no pulso.
Pra quem curte um envolvimento maior com o preparo, essa manualidade pode ser até prazerosa. Mas vamos falar a real: na correria do dia a dia, esse processo adicional às vezes vira só mais uma tarefa.
Se cappuccino é sua bebida preferida, a Magnifica S te poupa tempo e trabalho. Mas, se você é fã de americanos e cortados, e não liga em espumar leite na mão, a EVO pode fazer mais sentido.
Usabilidade: você prefere toque ou botão?
Outro fator que muda completamente a experiência está na forma como você interage com a máquina. A EVO tem uma tela touch com ícones bem intuitivos e aparência mais limpa, enquanto a Magnifica S usa botões físicos e seletores giratórios com marcações claras.
Tem gente que curte tecnologia sensível ao toque e acha os botões antiquados. Mas também tem quem reclame que telas touch não funcionam bem com dedo molhado ou sujo, e que botão é sempre mais confiável.
Ambas permitem ajustar a intensidade do café, o volume da bebida e a temperatura, mas fazem isso de jeitos bem diferentes. A interface da EVO é mais visual. Já a da S é mais “tátil”, com aquele clique que dá segurança.
De novo, não é sobre qual é melhor, mas sobre o que você prefere no dia a dia. Gosta de apertar botão e girar seletor? Vai de S. Quer deslizar o dedo como no celular? EVO na cabeça.
Extras que fazem diferença — mesmo que ninguém fale
A gente sabe que muita gente nem repara nesses detalhes. Mas eles importam, sim.
Ambas as cafeteiras têm bandeja superior para aquecer xícaras. Isso parece besteira, mas não é. Copo gelado estraga o café, esfria o líquido antes de você dar o primeiro gole. Ter a xícara aquecida melhora muito a temperatura final.
Outra função útil: desligamento automático programável. Você pode escolher quanto tempo a máquina fica ligada antes de se desligar sozinha — entre 15 e 180 minutos. Isso evita gasto de energia desnecessário e ainda evita aquele medo de ter deixado a cafeteira ligada antes de sair de casa.
Essas coisas são pequenas, mas somam pontos. E, aqui, as duas oferecem exatamente o mesmo pacote.
Qual das duas vale mais a pena? A resposta que você não queria ouvir (mas precisa)
É aqui que a gente precisa ser honesto: a Magnifica EVO é linda, moderna e super intuitiva. A interface dela agrada de cara e as opções de bebidas no painel touch são mais variadas. Se você é do tipo que gosta de variar, testar novos estilos de café e se envolve com o processo, ela entrega uma experiência rica e um visual mais atualizado.
Só que, quando o assunto é praticidade, especialmente no preparo de bebidas com leite, a Magnifica S ganha com folga. Não é só por causa do botão do cappuccino — é porque ela simplifica a rotina de quem gosta de café com leite espumado. É um passo a menos. E, no dia a dia, esse passo a menos vale ouro.
A falta do sistema automático de leite na EVO foi o maior ponto de frustração. Mesmo com o painel touch bonito e os ícones chamativos, no fim das contas você ainda vai precisar pegar a leiteira, colocar no lugar, posicionar a xícara, segurar… e torcer pra acertar a textura da espuma. Cansa só de pensar.
Agora, se você nunca toma cappuccino, ignora tudo o que dissemos. Porque, nesse caso, a EVO oferece um pouco mais de variedade no tipo de café preto. E visualmente, não tem como negar, ela impressiona.
Mas pra quem quer uma superautomática que faz tudo, incluindo leite espumado com zero esforço, a Magnifica S segue sendo a mais prática. E, talvez, a mais completa nesse jogo.
Então é isso. Não tem ganhadora absoluta. Mas tem uma que facilita mais a vida — e, pra muita gente, isso é o que mais conta.