Levar um som de qualidade para qualquer lugar parece uma ideia simples até o momento em que você precisa escolher o aparelho certo. E quando os nomes que aparecem são Bose SoundLink Max e Sonos Move 2, a decisão não é tão óbvia quanto parece. Os dois são grandes, pesados, caros — e poderosos. Só que, ao mesmo tempo, eles não foram feitos para o mesmo tipo de pessoa.
O que torna essa comparação tão interessante é justamente o fato de que cada um leva a portabilidade para um lado completamente diferente. Um prioriza a resistência, a pegada outdoor e o som amplo via Bluetooth, enquanto o outro traz um ecossistema inteligente completo, com Wi-Fi, comandos por voz e áudio calibrado automaticamente para o ambiente. A proposta é diferente. Mas qual entrega mais do que promete?
Vamos descobrir isso agora.
Estética e construção: um nasceu para viajar, o outro para ficar por perto
Você olha para o Sonos Move 2 e entende na hora que ele foi pensado para estar em casa. O design é limpo, elegante, com acabamento refinado que lembra mais um speaker de sala do que algo que vai encarar lama ou areia. São 3 kg com uma alça embutida que serve mais para trocar de cômodo do que para levar na mochila.
Já o Bose SoundLink Max vem mais magro, com 2,2 kg, e uma alça de corda reforçada que não é só estética — ela é funcional. A ideia aqui é clara: pendurar, carregar, apoiar no chão. A carcaça é firme, tem textura aderente, e passa segurança. É o tipo de caixa que você coloca do lado da churrasqueira sem medo de gordura ou respingo.
Em proteção, a vantagem é evidente: o Bose tem IP67, ou seja, é à prova de poeira, chuva e até submersão breve. O Sonos tem IP56, que protege contra respingos e poeira, mas não é exatamente à prova de bagunça. Ou seja, um deles aguenta o acampamento inteiro. O outro prefere ficar na varanda.
Controles e interface: toque elegante ou botões práticos?
Aqui é gosto pessoal, mas a diferença é clara. O Move 2 tem comandos sensíveis ao toque, incluindo um controle deslizante de volume que é bonito e funciona bem — mas pode ser irritante com a mão suada ou ao ar livre. Ele também aceita comandos por voz via Alexa ou Sonos Voice Control, dispensando o celular em boa parte das interações.
Já o SoundLink Max aposta em botões físicos — e que botões. São grandes, firmes, com bom retorno tátil e ícones claros. Há até uma tecla de atalho personalizável. E pronto, é isso. Nada de assistente virtual, nada de comandos por voz.
O Bose é direto. O Sonos é sofisticado. E os dois entregam bem o que se propõem.
Som: palco ou precisão?
É aqui que as coisas começam a esquentar de verdade. Os dois têm um som excelente, mas o tipo de experiência sonora que oferecem é bem diferente.
O Sonos Move 2 trabalha com dois tweeters inclinados e um woofer central. Isso garante uma separação estéreo real, mesmo num corpo pequeno. Vozes ficam claras, graves são profundos, e a definição é mantida até em volumes altos. E o melhor: ele calibra o som automaticamente com o Auto Trueplay. Colocou numa estante? Ele ajusta. Levou pra cozinha? Ele ajusta de novo. Tudo sem você perceber.
O Bose SoundLink Max tem uma proposta mais frontal. São três transdutores e dois radiadores passivos, o que cria um palco estéreo amplo, com som “espalhado” horizontalmente. O grave é firme, os médios são vivos, e a sensação de imersão em espaços abertos é impressionante.
Mas em volumes muito altos, o agudo do Bose pode endurecer um pouco. Já o Sonos mantém o equilíbrio mesmo com o volume no talo.
Quem quer um som mais quente, limpo e refinado, vai preferir o Sonos. Quem curte espacialidade e impacto, pode se encantar com o Bose.
Conectividade: Bluetooth eficiente ou casa conectada?
É aqui que o Sonos Move 2 dá um salto. Ele tem Wi-Fi, Bluetooth, AirPlay 2, Spotify Connect, controle por voz e integração com todo o ecossistema Sonos. Pode ser pareado com outros speakers da marca, virar parte de um sistema multiambiente e ainda funcionar como player independente com apps via rede.
Já o Bose SoundLink Max é puramente Bluetooth — com direito a emparelhamento multiponto e uma entrada auxiliar por adaptador USB-C. É funcional, é simples, e funciona com tudo. Mas nada de streaming via Wi-Fi, nada de comando de voz, nada de multiroom.
Se você quer um speaker que converse com a casa, o Sonos é a escolha óbvia. Se tudo que você precisa é um Bluetooth confiável que funcione em qualquer lugar, o Bose vai direto ao ponto.
Bateria e recarga: os dois aguentam, mas de jeitos diferentes
A autonomia dos dois é excelente. O Sonos Move 2 promete até 24 horas de reprodução contínua. Ele vem com uma base de carregamento magnética que deixa tudo mais simples: chegou em casa, encostou, está carregando. Você quase nunca precisa se preocupar com cabos.
O Bose SoundLink Max entrega até 20 horas, com carregamento via USB-C padrão. O tempo de recarga completo gira em torno de 5 horas, e não há base dedicada. É o tipo de aparelho que você carrega como qualquer outro gadget — prático, mas menos elegante.
Na prática, os dois aguentam um dia inteiro de música, mas o Sonos é mais “inteligente” na gestão e na experiência de recarga.
Durabilidade: o mundo real pesa na decisão
Se a ideia é sair por aí com o speaker na mala, na areia, na grama ou no banco do carro — o Bose SoundLink Max está mais preparado. IP67 é um argumento forte, e a construção reforçada confirma isso. Você pode largar o aparelho num festival ou churrasco de domingo sem ficar com aquele receio de respingo ou poeira.
O Sonos Move 2 resiste bem à água, à poeira e a uma ou outra pancada. Mas ele não foi feito pra encarar barro ou mergulho acidental. Ele pode ser portátil, mas não é aventureiro.
É o tipo de speaker que se move dentro de casa, ou até pra varanda. Mas não é um companheiro de trilha.
Então, qual vale mais a pena?
Depende totalmente de quem você é — e do que você espera de um speaker portátil.
Se você busca qualidade de som impecável, integração com a casa conectada, comandos por voz, suporte a Wi-Fi e um sistema que funciona como centro de áudio pessoal, o Sonos Move 2 entrega tudo isso com maestria. Ele é um hub sonoro inteligente, versátil e refinado.
Agora, se o que você quer é levar o som com você para onde for, sem complicação, com alta resistência, áudio potente e confiável via Bluetooth, o Bose SoundLink Max é simplesmente mais funcional. Ele é o tipo de speaker que você pega, joga no carro e esquece que ele está lá — até a hora que precisa de som de verdade.
Conclusão: o Sonos Move 2 é mais completo, mas o Bose SoundLink Max é mais prático
O Sonos Move 2 é o altifalante mais completo da comparação. Ele tem melhor integração, som mais refinado, recursos avançados e uma experiência de uso sofisticada. Mas ele não é leve, nem feito para exposição constante a ambientes agressivos.
O Bose SoundLink Max, por sua vez, é menos inteligente — mas mais adaptado à vida real. É o tipo de produto que você leva pra qualquer lugar sem pensar duas vezes. E isso, dependendo do estilo de vida, pode valer mais do que Wi-Fi e comandos por voz.
Porque no fim das contas, o melhor speaker é aquele que você realmente vai usar. E aí, quem vai com você?