Não é só questão de estilo ou de seguir moda. Quando a gente escolhe um smartwatch com cara de tanque de guerra, como os da linha T-Rex da Amazfit, é porque precisa de algo que aguente o tranco — e que funcione bem durante. Mas aí vem o dilema: com o T-Rex 2 ainda no jogo, o T-Rex Ultra ganhando força e o T-Rex 3 trazendo novidades fresquinhas, como saber qual realmente entrega mais?
É tentador achar que o último lançamento é automaticamente o melhor. Só que aqui a história é mais tortuosa. Cada um dos três modelos foi pensado com um foco diferente: tem o mais parrudo, o mais completo e o mais acessível. E entre eles há sobreposição, sim, mas também algumas surpresas. Vamos destrinchar tudo — da carcaça até o sistema operacional.
Design e construção: estética bruta com temperos únicos
Eles parecem da mesma família à primeira vista, mas os detalhes contam outra história. O T-Rex Ultra é o mais pesado e sólido da linha, com 89 gramas e acabamento em aço inoxidável em pontos-chave como moldura, botões e tampa traseira. É quase como se fosse um T-Rex com armadura de titânio.
Já o T-Rex 3 veio com um visual octagonal em torno da tela redonda, mais moderno, mais leve (68,3 g), mas ainda com cara de equipamento de expedição. O uso do polímero de alta resistência ajuda no conforto, sem abrir mão da durabilidade. E o detalhe legal: ele vem com ferramentas pra troca de pulseira, aceitando qualquer modelo de 22 mm com encaixe rápido.
No meio do caminho fica o T-Rex 2. Mais tradicional no design, com corpo redondo clássico, 66,5 gramas e acabamento todo em polímero com pintura metálica. Leve, funcional, mas sem os reforços extras do Ultra ou o design redesenhado do T-Rex 3.
Todos os três contam com os mesmos quatro botões físicos, que facilitam o uso em trilhas, frio intenso ou mesmo com luvas. Um acerto que a Amazfit manteve firme.
Tela: visibilidade não é tudo igual
Aqui o T-Rex 3 não economizou. A tela AMOLED de 1,5 polegada com resolução de 480 x 480 pixels e picos de 2000 nits de brilho é a melhor da linha. Dá pra ver tudo com clareza sob sol direto, e o tamanho extra ajuda na leitura de métricas em movimento.
Os outros dois — Ultra e T-Rex 2 — trazem telas AMOLED de 1,39 polegada, com resolução menor (454 x 454) e brilho menos intenso. A qualidade continua boa, mas a diferença de visibilidade, especialmente em atividades ao ar livre, é visível.
Outro ponto importante: o T-Rex 3 tem modo de uso com luvas, facilitando comandos em ambientes frios. É um detalhe pequeno, mas que muda tudo se você corre ou pedala no inverno.
Resistência à água: ninguém fica pra trás, mas o T-Rex 3 avança
Todos os modelos da linha têm resistência de 10 ATM. Significa que aguentam pressão equivalente a 100 metros de profundidade. Pode nadar, suar, tomar chuva, mergulhar com snorkel, sem drama.
Mas aí o T-Rex 3 surpreende: além da certificação padrão, ele também foi testado e aprovado para mergulho livre em até 45 metros. Nenhum dos outros tem isso. Se você curte explorar fundo, isso importa.
Sensores: mais precisão no T-Rex 3
É no sensor biométrico que o salto acontece. O T-Rex 3 traz o novo BioTracker com 5 fotodiodos e 2 LEDs, o que garante medições mais precisas de batimentos, oxigenação e sono. É uma evolução notável comparado ao BioTracker 3.0 usado no Ultra e no T-Rex 2.
Em rastreamento por satélite, os três estão empatados. Todos têm suporte para conexão dupla com seis sistemas globais de GPS. Isso permite precisão em ambientes urbanos densos ou trilhas de mata fechada. O que muda é a autonomia durante o uso prolongado do GPS — e isso a gente já comenta.
Conectividade: só o T-Rex 3 joga em todas as frentes
Aqui não tem nem discussão. O T-Rex 3 é o único com suporte a NFC para pagamentos por aproximação e microfone embutido para comandos de voz e ditado de mensagens. Ele também tem Wi-Fi 2.4 GHz e Bluetooth 5.2, o que ajuda na transferência de dados e estabilidade de pareamento.
O T-Rex Ultra também tem Wi-Fi, mas com Bluetooth 5.0, e não tem NFC nem microfone. Já o T-Rex 2 é o mais básico: só Bluetooth 5.0 e nada além.
Em termos de armazenamento, T-Rex 3 e Ultra permitem salvar músicas e mapas offline. O T-Rex 2 fica de fora — sem memória interna acessível ao usuário.
Bateria: autonomia generosa em todos, com vantagem em GPS pro T-Rex 3
Autonomia sempre foi ponto forte da linha T-Rex — e continua sendo. Mas tem nuances.
O T-Rex 3 tem a maior bateria: 700 mAh. Em uso típico, chega a 27 dias. Com economia ativada, até 40 dias. No modo mais exigente de GPS contínuo, entrega até 42 horas. É o melhor da linha nesse ponto.
O Ultra tem 500 mAh, e oferece até 20 dias de uso padrão, 9 dias em uso intenso e até 28 horas de GPS. O T-Rex 2 também tem 500 mAh, mas com desempenho levemente diferente: até 24 dias em uso moderado, 45 no básico e 26 horas de GPS.
Ou seja: todos duram bem, mas o T-Rex 3 aguenta mais em modo GPS — o que pode ser decisivo em atividades longas ao ar livre.
Sistema operacional: Zepp OS em evolução
Cada um dos modelos vem com uma geração diferente do Zepp OS. E isso muda bastante a fluidez, os recursos e até a compatibilidade com apps.
O T-Rex 3 já roda o Zepp OS 4.0, mais leve, com animações mais suaves, acesso a mais aplicativos e integração com o Zepp Flow (sistema de comando de voz). Ele também suporta notificações mais avançadas e atalhos rápidos.
O Ultra vem com o Zepp OS 3.5: estável, funcional, mas mais limitado. O T-Rex 2, com o Zepp OS 2+, é ainda mais básico, com menos fluidez e compatibilidade.
Se você gosta de um smartwatch que também seja esperto — com apps, widgets e uma navegação mais próxima de um relógio “inteligente” de verdade — o T-Rex 3 é o único que entrega isso de forma convincente.
Recursos de smartwatch: só o T-Rex 3 vai além do básico
Todos notificam chamadas, exibem mensagens, controlam música e alarmes. Mas só isso.
O T-Rex 3 traz recursos de smartwatch de verdade: comandos por voz, alertas sonoros, NFC para pagamentos (mesmo com limitações por região), compatibilidade com assistentes e apps externos. Ele também é o único com emissão de sons via beeper — útil pra alarmes em ambientes barulhentos ou pra quem precisa de alertas mais perceptíveis.
O Ultra e o T-Rex 2 ficam com o arroz com feijão: notificações simples e pareamento padrão.
Monitoramento de saúde e esportes: todos entregam bem, mas com diferença na precisão
Aqui a diferença está nos detalhes. Todos monitoram batimentos, oxigenação, estresse, sono e oferecem dezenas de modos esportivos. A cobertura de atividades é ampla — desde natação até escalada.
Mas o T-Rex 3 mede tudo com mais precisão, graças ao novo sensor e à coleta de dados mais refinada. Isso é especialmente notável em atividades de longa duração ou em ambientes com variação de temperatura e altitude.
Outro ponto que pesa: a tela maior e mais clara do T-Rex 3 facilita a leitura durante o treino. Isso é ouro pra quem corre no sol, pedala em estrada ou precisa acompanhar métricas sem parar.
Então, qual deles é o melhor?
Olha, se o seu foco é só ter um relógio resistente com GPS confiável, o T-Rex 2 ainda cumpre o básico com dignidade. Simples, direto, durável — e geralmente mais barato. Mas não espere mais do que o essencial.
O T-Rex Ultra é uma peça de hardware impressionante, com acabamento de luxo e estrutura mais parruda. É o que você escolhe se quer algo com cara (e peso) de equipamento militar. Mas em termos de conectividade, fluidez e inteligência, ele já começa a ficar pra trás.
Aí vem o T-Rex 3, e honestamente, ele junta o melhor dos dois mundos: resistência de sobra, visual repaginado, sistema leve, tela absurdamente boa, sensor mais preciso, NFC, microfone, comandos de voz e bateria que aguenta GPS por mais de 40 horas.
Não é perfeito — o acabamento não é metálico como o Ultra, e o NFC ainda tem limitações de uso dependendo da região. Mas mesmo assim, é o único que realmente parece um smartwatch moderno sem perder o espírito de “relógio outdoor”.
No fim das contas, o T-Rex 3 é o único da linha que parece pronto pra tudo: treino, trilha, trabalho e até pagamento por aproximação. E isso já basta.