Tem equipamento que é só um acessório, e tem equipamento que vira parte do corpo. Quando o treino é intenso, o terreno é instável e a previsão do tempo muda a cada cinco minutos, o relógio no seu pulso não pode ser só bonito ou cheio de gráficos coloridos — ele precisa aguentar tudo. E, em 2025, dois modelos da Amazfit disputam essa confiança com unhas, dentes e titânio: o Falcon e o T-Rex Ultra.
Ambos foram criados pra quem leva o esporte a sério. A sério mesmo. Quatro botões físicos, GPS duplo, dezenas de modos esportivos, resistência a temperaturas extremas e até mapa offline. Eles compartilham mais coisas do que você imagina, mas em detalhes importantes — materiais, ergonomia, tela, bateria — as diferenças aparecem. E não são pequenas.
A gente testou os dois em trilhas, corridas, treinos de musculação, pedaladas longas e até momentos de ócio. Porque sim, todo mundo que treina também tira o relógio pra lavar a louça às vezes. Abaixo, você confere tudo o que descobrimos.
Materiais e construção: leveza premium ou robustez total?

Os dois passam a mesma mensagem assim que você bate o olho: resistência. Mas falam essa linguagem com sotaques bem diferentes.
O Amazfit Falcon é feito inteiramente de titânio — caixa, moldura, botões — e pesa só 64 gramas sem a pulseira. A sensação no pulso é surpreendente: leve, discreto, mas com um toque metálico frio que deixa claro que não é brinquedo. Ele não tem alças ajustáveis, o que pode complicar a adaptação em pulsos muito finos ou largos.
O T-Rex Ultra, por outro lado, usa aço inoxidável 316L na parte externa e liga de polímero no corpo, com um peso de 89 gramas. É mais pesado, mais volumoso e com alças que se ajustam melhor ao pulso. A diferença na ergonomia é notável: o Falcon quase desaparece no uso prolongado, enquanto o Ultra se faz presente — no bom e no mau sentido.
Ambos têm certificação militar (MIL-STD-810G), resistem a temperaturas entre -40 °C e 70 °C, e são feitos pra tomar pancada sem reclamar. Mas o Falcon tem resistência à água de 20 ATM, contra 10 ATM no Ultra. Parece que o Falcon levaria essa… só que o Ultra tem um modo de mergulho dedicado. E aí tudo muda.
Tela: mais espaço ou mais proteção?
Diferença pequena, mas que faz diferença. O T-Rex Ultra tem uma tela AMOLED de 1,39 polegada, contra 1,28 polegada no Falcon. Não parece muito no número, mas na prática, isso significa mais espaço para mapas, gráficos e estatísticas. E quando você está no meio de uma trilha tentando enxergar a curva certa, isso pesa.
Ambos têm brilho de até 1.000 nits, modo always-on, boa visibilidade sob sol forte e navegação suave. A resposta aos toques é imediata. Só que… o Falcon usa vidro de safira, enquanto o T-Rex Ultra usa um “vidro resistente” genérico não especificado.
Quem já arranhou o visor de um relógio numa pedra sabe o que isso significa. O Falcon segura melhor o desgaste com o tempo. Então, se você vive raspando braço em barranco, pode confiar que ele aguenta mais.
Sensores e monitoramento: quase tudo igual, mas com um extra aqui e ali

Não tem muita novidade nesse quesito — e isso é bom. Ambos monitoram frequência cardíaca, SpO2, estresse, sono e alertam para variações estranhas. A confiabilidade dos sensores é alta, e as medições são consistentes mesmo durante treinos intensos.
O T-Rex Ultra tem 162 modos esportivos. O Falcon, 159. Diferença simbólica, mas existe. Os dois reconhecem automaticamente mais de 25 exercícios de força e 8 atividades repetitivas.
E mais importante: ambos permitem parear com cintas de frequência cardíaca e medidores de potência, coisa rara em smartwatches dessa faixa. Também sincronizam com Strava, Adidas Running, Apple Health e Google Fit, então não falta integração.
Se você faz treino estruturado ou acompanha métricas mais avançadas, os dois estão prontos pra isso.
GPS e navegação: precisão de sobra, em qualquer lugar
Essa é uma das áreas mais impressionantes dos dois modelos. Tanto o Falcon quanto o T-Rex Ultra têm GPS dual-band e suporte aos seis principais sistemas de satélite. Isso se traduz em localização confiável até no meio de prédios altos, florestas densas e vales apertados.
Ambos oferecem mapas offline com navegação curva a curva, importação de rotas, e o recurso Track Back, que mostra o caminho de volta ao ponto inicial.
O que você quer de um GPS de pulso em 2025, esses dois já têm. Não importa se é bike, trekking, trilha ou até esqui — a precisão está garantida.
Música e armazenamento: liberdade do celular

Se você ainda sai pra correr com o celular só por causa da música, pode parar agora. Os dois relógios têm 2,3 GB de armazenamento interno, o que dá pra umas boas horas de playlists offline.
Conectou o fone Bluetooth, escolheu a playlist e pronto — sem telefone, sem distração. Isso é ouro pra quem corre leve ou treina em ambientes onde celular atrapalha mais do que ajuda.
Sistema e extras: Zepp OS redondinho nos dois
O sistema é o mesmo: Zepp OS, leve, rápido e bem feito. A diferença está mais no uso do que na aparência.
Ambos têm:
-
Controle de câmera GoPro;
-
App de IMC;
-
Cronômetro, alarme, controle de música;
-
Modo noturno automático;
-
Notificações inteligentes;
-
Suporte total a Android e iOS.
Mas o T-Rex Ultra tem um diferencial curioso e útil: ele funciona com GPS ativo por até 10 horas em -30 °C. Isso não é comum, e se você pratica montanhismo, ski ou acampamento em altitudes geladas, esse detalhe pode salvar o treino — ou a expedição.
Bateria: energia que acompanha sua rotina (e além)
Ambos têm baterias de 500 mAh, mas o gerenciamento do T-Rex Ultra é mais eficiente. Em números:
-
T-Rex Ultra: até 20 dias de uso típico, 28 horas com GPS contínuo
-
Falcon: até 14 dias de uso típico, 21 horas com GPS contínuo
Na vida real, essa diferença se sente. Uma semana de trilhas, treinos e uso moderado drena o Falcon mais rápido. O Ultra aguenta mais tempo fora da tomada, o que é especialmente valioso se você viaja ou treina em locais isolados.
Resiliência: dois tanques em campo, com vocações diferentes

Os dois foram feitos pra tomar porrada. Aguentam frio, calor, impacto, água, poeira, suor e quedas. Mas com enfoques distintos.
O Falcon, com resistência de 20 ATM, é ideal pra mergulho profundo e atividades subaquáticas mais exigentes. A estrutura de titânio passa segurança até em ambientes com alta pressão.
O T-Rex Ultra tem resistência de 10 ATM, mas compensa com o modo específico de mergulho, e com um desempenho superior em frio extremo. É mais versátil em ambientes variados — do deserto à neve.
No fim, o que um faz melhor debaixo d’água, o outro compensa com resistência térmica. Empate com personalidade.
Conclusão: o T-Rex Ultra é mais completo, mas o Falcon tem seu espaço
A comparação entre esses dois modelos é quase injusta. O Falcon é um relógio impressionante: mais leve, mais resistente a riscos, com acabamento premium e ótima usabilidade. Mas o T-Rex Ultra vem com uma proposta mais ambiciosa — e consegue entregar.
Mais autonomia, mais modos esportivos, tela maior, resistência térmica superior e um modo de mergulho que funciona de verdade. Ele é o relógio que você veste e simplesmente não precisa pensar duas vezes. Serve pra tudo. Vai do treino funcional à travessia de montanha.
Se o que você quer é um smartwatch durável, bonito e eficiente, o Falcon vai te deixar mais do que satisfeito. Mas se a ideia é explorar todos os limites — seus e do equipamento — o Amazfit T-Rex Ultra entrega mais, com sobras. E é por isso que ele leva a melhor. Sem pressa, sem exagero. Apenas porque, nesse caso, ele realmente faz mais.


