Quando a música precisa preencher um espaço aberto, competir com conversas animadas e ainda ser sentida no corpo, não dá para confiar em qualquer altifalante. A gente já testou muita caixa por aí que prometia potência, mas falhava na hora da verdade. E, sinceramente, poucas gamas entregam esse “peso” no som como a linha JBL Boombox. Se você já ligou uma dessas no volume máximo, sabe do que estamos a falar.
O JBL Boombox 2 já carregava uma reputação de respeito. Foi fiel em churrascos, dias de praia e acampamentos improvisados, aguentando chuva, batidas e playlists desajeitadas. Mas agora chega o JBL Boombox 3, com mudanças sutis por fora, mas promessas ousadas por dentro. Mais graves, mais potência, mais resistência. E a dúvida aparece: será que compensa trocar? Ou o Boombox 2 ainda segura bem o trono?
Vamos pôr os dois lado a lado, sem panos quentes — design, resistência, autonomia, qualidade sonora e funções extra. Tudo o que você precisa saber antes de decidir qual deles vai ser o centro da sua próxima festa.
Design musculado, com toques de refinamento

À primeira vista, dá até para confundir. Ambos mantêm o formato cilíndrico clássico, com pega superior curva e detalhes em borracha que sugerem durabilidade. Mas o Boombox 3 esconde algumas surpresas se você olhar com mais atenção.
O acabamento foi ligeiramente repensado. As extremidades estão mais definidas, a pega ganhou uma textura mais aderente, e a silhueta geral parece mais atlética. Não é uma mudança drástica, mas a sensação visual é de um aparelho mais imponente. Como se dissesse: “vem, que aqui tem som pra valer”.
Só que tudo isso vem com um custo. O Boombox 3 pesa 6,7 kg — quase um quilo a mais que os 5,9 kg do Boombox 2. E essa diferença sente-se, especialmente quando se carrega durante algum tempo. Não chega a ser incômodo, mas obriga a pensar duas vezes antes de levá-lo para uma caminhada longa até à praia.
Mesmo assim, não dá para negar: o novo modelo transmite uma presença mais agressiva, mais segura de si. O Boombox 2 continua elegante e funcional, mas o 3 parece querer liderar o grupo logo que chega.
Preparado para água, areia e tudo o resto
Se tem uma coisa que aprendemos nas festas ao ar livre, é que nem sempre o ambiente colabora. Água, terra, pó, cerveja entornada… Já vimos de tudo. E é por isso que a resistência desses altifalantes conta tanto quanto a potência.
O Boombox 2 já vinha bem preparado. Com proteção IPX7, ele aguentava mergulhos de até um metro durante 30 minutos. Era o suficiente para lidar com salpicos, quedas em piscinas e até uma chuva inesperada.
Mas o Boombox 3 foi além. A certificação IP67 garante proteção total contra poeira e também contra imersão em água. Isso quer dizer que agora você pode levá-lo para trilhos de terra, festas na praia ou acampamentos poeirentos sem medo.
Essa melhoria parece pequena no papel, mas na prática traz uma paz de espírito enorme. A proteção contra areia e pó evita que partículas se acumulem nos botões ou nas grelhas de som, preservando o desempenho e a estética por muito mais tempo. É o tipo de detalhe que só percebemos o valor quando estamos no meio do mato e começa a ventar.
Bateria que aguenta a festa inteira… mas pede paciência

Aqui, os dois modelos jogam em igualdade — pelo menos no papel. Ambos prometem até 24 horas de reprodução com uma única carga. Mas claro, isso é em condições ideais: volume médio, músicas com dinâmica equilibrada, e pausas ocasionais.
No uso real, o cenário é outro. Com o volume no talo — como costuma ser —, a autonomia média fica entre 16 e 18 horas. Ainda assim, é mais do que suficiente para um dia de uso intenso, ou até um fim de semana se você for controlando o volume.
O carregamento, no entanto, continua lento. São cerca de 6,5 horas para ir de 0 a 100%, tanto no Boombox 2 quanto no 3. Ou seja, se esqueceu de carregar de véspera, pode esquecer de usá-lo naquele mesmo dia. Tem que planejar.
Um ponto positivo em ambos é a presença da porta USB-A. Funciona como powerbank, permitindo carregar telemóveis ou outros dispositivos durante o uso. Não é o foco do aparelho, mas numa emergência, pode salvar o dia — especialmente quando se está longe de qualquer tomada.
Quando o som fala mais alto — e mais fundo
Aqui é onde a disputa deixa de ser equilibrada. A verdade é que o Boombox 3 chegou com sede de palco. E trouxe reforços.
Enquanto o Boombox 2 tinha uma estrutura competente — dois woofers de 40 W e dois tweeters de 40 W, entregando um som poderoso e bastante equilibrado —, o Boombox 3 deu um passo a mais.
Agora são cinco altifalantes internos: um subwoofer de 80 W, dois woofers de 40 W e dois tweeters de 40 W. Ou seja, além de mais unidades, há mais potência direcionada às frequências baixas.
Isso muda tudo. Os graves agora descem até 40 Hz (contra os 50 Hz do Boombox 2), o que dá uma profundidade física ao som — você sente a batida no peito. O subwoofer separado permite que os médios e agudos respirem mais, sem interferência. O resultado é uma separação sonora mais clara, rica e envolvente.
Outro ponto importante: mesmo em volumes altos, o Boombox 3 mantém a clareza. O Boombox 2 começava a distorcer um pouco quando era levado ao limite — algo inevitável, dadas as limitações físicas. Já o Boombox 3 aguenta firme. O som cresce sem perder nitidez, sem “rachar”.
E sim, para gêneros como hip hop, eletrónica ou reggaeton, a diferença é escandalosamente perceptível. Parece até que estamos a ouvir num sistema com subwoofer separado. O Boombox 2 continua bom, mas o 3… muda o jogo.
Extras que fecham o pacote com chave de festa

Nem só de potência vive um altifalante portátil. E aqui, os dois modelos entregam praticamente o mesmo conjunto de funcionalidades — com algumas diferenças discretas.
A função JBL PartyBoost está presente em ambos. Ela permite emparelhar múltiplos altifalantes compatíveis, criando um sistema mais amplo, estéreo ou simplesmente mais espalhado. É simples de usar e faz diferença em ambientes grandes.
Outro ponto curioso: ambos ainda oferecem entrada auxiliar de 3,5 mm. Pode parecer anacrónico, mas ainda é útil — seja para ligar um portátil sem Bluetooth, seja para poupar bateria no telemóvel.
A conectividade sem fios também evoluiu um pouco. O Boombox 2 traz Bluetooth 5.1, enquanto o 3 já usa o 5.3. A diferença está na estabilidade da ligação, menor latência e consumo de energia mais eficiente. Nada transformador, mas mais um ponto a favor da nova versão.
E, como já dissemos, a porta USB-A para carregamento de outros dispositivos está lá — discreta, mas salvadora em momentos críticos.
Conclusão: o som do Boombox 3 vale o peso extra?
Olha, não vamos dourar a pílula. A gente também foi cético quando ouviu falar da nova versão. Mais peso, mudanças visuais sutis, mesmas 24 horas de bateria… Parecia uma atualização tímida. Mas bastou ligar o Boombox 3 no volume máximo para perceber que ele não está a brincar.
A arquitetura sonora nova, com cinco altifalantes e subwoofer dedicado, transforma completamente a experiência. A música ganha corpo, os graves vibram na pele, e os detalhes continuam nítidos mesmo quando tudo está no máximo. Isso, por si só, já seria razão suficiente para preferi-lo.
Mas o Boombox 3 não parou aí. Melhorou a resistência com proteção contra pó, refinou o design e trouxe uma conectividade mais moderna. Tudo isso sem perder as características que já funcionavam — a autonomia longa, o carregamento de dispositivos, a entrada auxiliar.
O Boombox 2 ainda tem espaço no jogo. Continua a ser um altifalante muito competente, mais leve e com um som excelente. Mas se você procura um salto real na experiência — especialmente na qualidade sonora —, então sim: o Boombox 3 é o que você quer levar para a próxima festa.
Mesmo que ele pese um pouco mais. Afinal, potência assim… tem um preço.


