Tem coisa que engana no começo. A gente olha o design, lê a lista de recursos, vê aquele cancelamento de ruído poderoso e já pensa: “pronto, achei o melhor”. Mas quando a gente começa a usar no dia a dia — no ônibus, no escritório, na rua, no sofá — é aí que o fone mostra quem é de verdade. E foi exatamente isso que a gente percebeu nesse confronto entre três gigantes de 2025: o Sennheiser Momentum 4, o Sony WH-1000XM5 e o Soundcore Space Q45.
Cada um tem sua força, não dá pra negar. O Sony continua sendo referência em cancelamento de ruído. O Soundcore briga bonito na faixa de preço. Mas o Sennheiser… ele não entra na disputa, ele domina. E a gente vai te mostrar por quê.
Dobrável, plano ou prático?
De cara, o Soundcore Space Q45 já larga com uma vantagem bem prática: é o único dos três que se dobra completamente. Isso pode parecer detalhe, mas faz uma baita diferença pra quem vive com mochila cheia ou leva os fones pra todo lado. Ele fecha, encaixa, some. Simples assim.
O Sony WH-1000XM5 e o Sennheiser Momentum 4 só giram as conchas pra ficarem planos. Isso até ajuda a guardar em bolsas ou mochilas, mas ocupa mais espaço. Se portabilidade é prioridade, ponto pro Q45.
Agora, em visual… aí já é outro papo. O Sony tem aquele look futurista, todo minimalista, com acabamento que parece peça de museu. O Sennheiser vai pra um lado mais robusto, com detalhes de tecido e estrutura sólida. O Soundcore é mais discreto, funcional, mas não tem o mesmo requinte visual dos outros dois.
Materiais que se revelam no toque
O que a gente vê é uma coisa. O que a gente sente na mão é outra. O Momentum 4 entrega essa sensação de “produto premium” com muita clareza. Os plásticos são densos, bem acabados, e o tecido na haste traz um charme diferente. É o tipo de acabamento que convence na primeira pegada.
O WH-1000XM5 também é muito bem construído, mas usa plástico reciclado com toque mais suave, quase aveludado. É leve, confortável, mas não passa a mesma sensação de solidez que o Sennheiser.
O Q45 fica um degrau abaixo. Não tem nada de errado com os materiais, mas eles não impressionam. O toque é mais comum, o encaixe mais simples. Funciona bem, só não emociona.
Conforto: leveza pesa a favor do Sony
Aqui não teve discussão. O WH-1000XM5 é o mais confortável disparado. Ele desaparece na cabeça depois de um tempo. As almofadas são amplas, macias, e o ajuste da haste é tão bem distribuído que parece que você não tá usando nada.
O Momentum 4 é muito confortável também, mas com uma pegada mais firme. Dependendo da cabeça ou da sensibilidade, o uso por muitas horas pode começar a incomodar — nada grave, mas perceptível.
O Q45 se sai bem, mas o acolchoamento da haste é mais fino, o que pode gerar pressão no topo da cabeça com o tempo. Em sessões curtas vai bem, mas maratonas de uso podem ser cansativas.
ANC: quando o silêncio não é tudo igual
Não tem como fugir: o WH-1000XM5 ainda é o rei do cancelamento de ruído. É absurdo como ele silencia ambientes barulhentos sem deixar aquele efeito de pressão nos ouvidos. Avião, rua movimentada, ventilador barulhento — ele segura tudo com elegância.
O Momentum 4 chega perto, com cancelamento muito competente, mas menos “refinado”. Em certos cenários, o ruído residual aparece um pouco mais, especialmente em ambientes imprevisíveis.
O Q45? Surpreende. Pra um fone da sua faixa, o cancelamento é ótimo. Fica um pouco atrás dos outros dois, mas longe de decepcionar. Bloqueia ruído constante com eficiência, mas perde pontos quando o som é mais dinâmico.
Modo ambiente: ouvir o mundo sem tirar o fone
Eis o inesperado: o Soundcore Space Q45 tem o melhor modo ambiente. A captação de sons externos é clara, natural, sem distorções ou abafamentos. Dá até pra conversar sem tirar o fone.
O Sony e o Sennheiser vão bem, mas sofrem com leve abafamento ou atraso na reprodução dos sons. Em ambientes muito barulhentos, isso pode atrapalhar. A diferença não é enorme, mas existe.
Qualidade sonora: quando o ouvido sorri
Aqui o jogo muda — e o Momentum 4 entra com os dois pés na porta.
O som do Sennheiser é outra categoria. Graves encorpados e controlados, médios com presença real e agudos precisos. Tudo soa limpo, espaçado, com aquela profundidade que parece te colocar dentro da música. Ouvir um bom jazz ou uma trilha clássica nesse fone é quase terapêutico.
O Sony também impressiona, mas com outra pegada. Graves um pouco mais marcados, médios suaves e agudos mais discretos. É um perfil mais comercial, mais “pop”. Funciona com praticamente tudo, mas falta aquele detalhe refinado que o Momentum entrega.
O Q45 chega com uma assinatura potente, com graves intensos e impactantes — até mais fortes que o Sony. Pra quem curte batida, eletrônico ou hip-hop, é uma delícia. Mas em volumes mais altos, ele começa a perder controle. Os médios ficam um pouco embolados e os agudos desaparecem. Ótimo pra empolgar, mas menos indicado pra quem busca precisão.
Bateria: um fone que esquece o carregador
O Momentum 4 é o tanque do trio. São até 60 horas com ANC ativo. Sessenta. Dá pra usar o fone por uma semana inteira, todos os dias, sem pensar em carregador. Em viagens, nem se fala.
O Space Q45 vem logo atrás, com 50 horas — ainda um absurdo de bom. Também entra fácil no grupo dos que você esquece que precisam carregar.
O Sony WH-1000XM5 fica nas 30 horas. Ainda é uma boa autonomia, mas começa a parecer pouco quando comparado com os outros dois. Não é ruim, mas não impressiona.
App e controles: o detalhe que transforma a experiência
Todos têm app, todos têm ajustes de som e cancelamento. Mas não são iguais.
O Sony tem o app mais completo. Dá pra personalizar quase tudo: equalização, cancelamento adaptativo, som com base na pressão do ar, detecção de movimento e até otimização de uso com óculos. É outro nível de detalhe.
O Sennheiser é mais direto. Tem as principais funções, equalizador eficiente e ajustes rápidos. Funciona, sem complicar.
O Soundcore? Surpreende. O app tem muitos ajustes, inclusive teste auditivo pra criar perfil sonoro personalizado. Pra um fone mais barato, o que ele oferece é impressionante.
E aí, qual é o melhor auscultador sem fios de 2025?
Vamos por partes:
– Quer conforto acima de tudo? Vai de Sony.
– Quer bateria infinita e preço mais amigável? O Soundcore te atende bem.
– Quer o pacote completo, com som impecável, autonomia absurda, acabamento premium e performance sólida em todos os aspectos? A resposta é o Sennheiser Momentum 4.
Ele não é o mais barato, não tem o design mais ousado, nem o app mais completo. Mas entrega o que importa com um nível de equilíbrio que os outros não alcançam.
É o tipo de fone que você coloca e pensa: “Ah, é isso.” E não tira mais.
O Sennheiser Momentum 4 vence. Não por um detalhe. Mas porque faz tudo bem — e algumas coisas muito melhor que o resto.