Escolher um smartwatch não é mais uma questão de apenas acompanhar notificações ou contar passos. Hoje, o relógio que você usa no pulso pode influenciar seu sono, seu treino, sua produtividade e até sua disposição ao longo do dia. E quando colocamos frente a frente o Galaxy Watch 7 e o Garmin Venu 3, fica claro que a disputa não é só técnica — é quase filosófica.
De um lado, o Galaxy quer ser seu assistente pessoal com recursos inteligentes, integração profunda com o Android e visual premium. Do outro, o Venu 3 assume o papel de parceiro de treino, mais focado na saúde de verdade, com autonomia de sobra e métricas consistentes.
A pergunta que a gente quer responder aqui é: qual dos dois você pode confiar de olhos fechados — e pulso firme — para o que você realmente precisa?
Sofisticação ou leveza? Quando o design também pesa

Os dois têm carinha de relógio moderno, circular, bonito. Mas quando colocamos no pulso, a diferença aparece. O Galaxy Watch 7, com corpo de alumínio e vidro de safira, é mais refinado, com aparência premium mesmo de perto. Já o Garmin Venu 3 aposta em um corpo de polímero mais simples, com vidro Gorilla Glass 3.
Só que tem um detalhe que muda tudo: o Venu 3 pesa apenas 30g, enquanto o Galaxy passa dos 44g. E quando a gente fala de algo que vai ficar no seu pulso por horas — inclusive enquanto você dorme — esse peso faz diferença.
Ambos têm resistência 5ATM, ou seja, você pode nadar tranquilo com eles. Mas enquanto o Galaxy parece feito pra brilhar em reuniões, o Garmin foi claramente pensado pra sumir no seu braço e só aparecer quando você precisar.
Pulseiras: quem facilita sua vida?
Os dois usam encaixes padrão com pino de mola, o que já facilita bastante na hora de trocar por uma pulseira estilosa ou esportiva. Mas o Galaxy Watch 7 introduziu um sistema de clique rápido, muito mais prático.
No Garmin, a troca ainda exige um pouco mais de paciência. E em alguns movimentos, a falta de um mecanismo de travamento mais firme pode gerar um incômodo. Nada grave, mas suficiente pra incomodar em treinos mais intensos.
É aquele tipo de detalhe que só incomoda depois de duas semanas de uso.
Tela bonita é bom, mas a forma como você vê importa mais
Visualmente, você vai se impressionar com qualquer um deles. Ambos trazem telas AMOLED com alto brilho, excelente nitidez e cores vibrantes. Mesmo no sol forte, dá pra ver tudo sem esforço.
Mas a forma como os dados aparecem faz diferença. O Galaxy tem uma interface mais moderna, com mostradores animados, complicações personalizáveis e transições suaves. Já o Garmin parece mais direto ao ponto — menos enfeite, mais informação.
O sistema visual do Venu 3 é mais simples, com menos opções e estética básica. Não é feio, mas parece mais com um relógio “funcional” do que com um acessório tecnológico.
Se você curte uma estética high-tech com tudo animado, o Galaxy agrada mais aos olhos. Se prefere simplicidade objetiva, o Garmin é mais pragmático.
Sistema: liberdade ou leveza?

Essa é uma das maiores diferenças da comparação. O Galaxy Watch 7 roda o Wear OS 5, que te dá acesso à Play Store, apps, navegação por voz, Google Maps, YouTube Music, pagamentos… é quase um mini smartphone no pulso.
Já o Garmin Venu 3 usa um sistema proprietário. Ele é leve, rápido e estável — mas limitado. Não dá pra instalar apps livremente, a personalização é restrita, e trocar mostradores pode virar um mini desafio.
No uso prático, o sistema da Garmin é eficiente, mas não empolga. Você tem o que precisa, mas não vai muito além. O da Samsung é mais versátil, mas pode consumir mais bateria e exigir mais atenção.
É aquele dilema: você quer tudo, mesmo que precise carregar todo dia, ou prefere menos, mas que funcione por uma semana?
Sensores: os dois medem muito, mas de formas diferentes
A briga aqui é de sensor contra sensor. O Garmin vem com o Elevate Gen5, com LEDs verdes e laranjas que melhoram a leitura da frequência cardíaca em diferentes tipos de pele e intensidade de exercício.
O Galaxy vem com o sensor BioActive, que junta batimentos, composição corporal, oxigênio no sangue, pressão arterial (com calibração externa) e até ECG. Só que… nem tudo funciona com a mesma precisão. Em treinos leves ou aquecimentos, o Galaxy tende a superestimar a frequência cardíaca, o que pode atrapalhar em algumas leituras.
Já o Garmin erra menos, especialmente em atividades intensas e contínuas. Pode não ter tanta variedade de medições, mas o que ele mede, entrega com consistência.
No fim, o Galaxy te dá mais números, o Garmin te dá mais confiança.
Dormir bem é essencial — e os dois sabem disso

Os dois rastreiam sono com qualidade. Monitoram ciclos, tempo de sono profundo, REM, horas acordado. Mas a apresentação dos dados é bem diferente.
O Galaxy Watch 7 tem gráficos lindos, coloridos, com análise clara e até score de energia ao acordar. Mas é só isso: um resumo de como você dormiu — no dia seguinte.
O Garmin Venu 3 vai além. Ele junta a qualidade do sono com o que você fez durante o dia e te dá o Body Battery: um indicador de quanta energia você ainda tem. E o melhor: esse número muda ao longo do dia, com base no que você faz, em tempo real.
É quase como ter um alerta de “ei, você tá se desgastando mais do que deveria” ao longo da jornada.
Pra quem quer apenas saber se dormiu bem, o Galaxy já resolve. Mas pra quem quer entender como isso afeta o corpo no dia seguinte, o Garmin entrega mais.
GPS: o papel não é tudo
O Galaxy Watch 7 tem algo impressionante no papel: GPS de banda dupla. Na teoria, isso significaria melhor precisão, menos interferência em áreas urbanas ou com vegetação densa.
O Garmin, com GPS de banda simples, parece estar em desvantagem. Mas… na prática? O Venu 3 segue sendo mais preciso.
Em corridas, trilhas e caminhadas em áreas mistas, o Garmin registrou trajetos mais consistentes, com menos desvios e saltos. O Galaxy, embora tenha melhorado muito, ainda apresenta erros ocasionais, especialmente em mudanças de direção rápidas.
Se o GPS é parte central da sua rotina de treino, isso pode pesar bastante.
Ligações, alertas e vibrações
Ambos recebem e fazem chamadas, desde que conectados ao smartphone. A qualidade do microfone e do som é boa nos dois, e as notificações chegam direitinho.
Mas o feedback tátil do Galaxy é mais refinado. A vibração varia de acordo com o tipo de notificação, e é mais perceptível e menos “barulhenta” do que a do Garmin, que vibra forte, mas de forma mais genérica.
Não é algo que vai mudar sua vida, mas quando você sente a vibração certa na hora certa, faz diferença.
Bateria: o divisor de águas

Aqui não tem como fingir equilíbrio. O Galaxy Watch 7 precisa de recarga diária. Mesmo com tela desligada e uso moderado, raramente passa de 24 horas.
Já o Garmin Venu 3 é um tanque de guerra. Com tela sempre ativa, segura por 4 dias fáceis. Com economia de energia, passa de uma semana tranquilo.
Isso muda tudo. Você pode viajar, acampar, treinar intensamente por vários dias e esquecer o carregador. Com o Galaxy, não dá. É relógio de rotina, de carregador na cabeceira, de ansiedade no fim do dia.
Recursos extras: vida digital ou saúde sem firula?
O Galaxy Watch 7 brilha no ecossistema Android. Tem YouTube Music, Google Pay, mostradores animados, mapas no pulso, comandos por voz, instalação de apps. É o mais próximo de um celular vestível.
O Garmin Venu 3 é o oposto: poucas firulas, foco total em saúde e bem-estar. Os dados que ele coleta fazem sentido, são consistentes, e as sugestões de treino, recuperação e descanso têm fundamento.
Se você quer um relógio que seja quase um “celular de pulso”, o Galaxy entrega. Mas se o que você busca é confiabilidade, saúde real e menos distração, o Garmin Venu 3 fala mais alto.
No final das contas…
A gente passou dias com os dois no pulso. Dormiu, correu, respondeu mensagens, esqueceu de carregar, leu gráficos, comparou trajetos. E a conclusão ficou clara.
O Galaxy Watch 7 impressiona à primeira vista, é bonito, conectado, cheio de possibilidades. Mas se perde na rotina. A bateria não acompanha, os sensores exageram, e os dados nem sempre são confiáveis.
O Garmin Venu 3 parece simples no início. Mas quanto mais você usa, mais você confia. Ele não tenta ser um celular, não enche seu pulso de distrações — ele te acompanha, sem drama.
Se a sua prioridade é saúde de verdade, com dados precisos e autonomia de sobra, o Garmin é o que vale a pena. Ele não quer ser tudo — ele só quer ser bom no que importa. E consegue.


